sábado, 28 de janeiro de 2017

A importância da afetividade na relação Professor e Aluno

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Muitas escolas estarão iniciando suas aulas na próxima semana, por isso é muito importante refletir sobre este tema que vem muito bem exposto através do artigo abaixo. Estou compartilhando, pois acredito que servirá de referência para nossa atuação nas escolas. No final coloco a referência e alguns dados da autora.
Este artigo tem como tema Importância da Afetividade na relação professor-aluno. Onde será possível apontar oportunidades que educadores e futuros educadores poderão ter ao estudar e analisar a educação, a fim de poder em sua realidade educacional ser colaborador convicto de suas realizações através de suas ações. Teremos como base, teóricos que esclarecerão relações afetivas e colocarão este relacionamento como um desafio para os educadores, devendo estes agir de forma que expressem o seu interesse pelo crescimento dos alunos, assim, respeitando suas individualidades, criando um ambiente mais agradável e propício para a aprendizagem. As informações obtidas mostrarão que a aprendizagem depende muito do relacionamento afetivo que o professor tem com o aluno, pautado em respeito, autonomia, compreensão e carinho entre ambos.
Este artigo tem como tema A importância da afetividade na relação professor- aluno e foi desenvolvido através de enfoque qualitativo e de caráter bibliográfico que pretende refletir sobre a afetividade como fator importante no relacionamento professor e aluno. Desenvolvendo análise sobre a interligação entre a aprendizagem e afetividade na formação da autoestima do educando. Além disso, discutir a postura do professor diante de dificuldade no relacionamento com os alunos.
Sendo assim, a escolha desse tema visa uma contribuição para fornecer maior discussão e interesse dos profissionais da educação, em especial os professores atuantes que acreditam no sucesso escolar, tendo como princípio básico a afetividade em sua relação educacional e, consequentemente contribuir para uma educação de qualidade. Também serão apresentadas sugestões consideradas ideais para que, a relação professor e aluno contribuem para o aprendizado e para a conquista da confiança do aluno através do relacionamento afetivo, pautando em respeito, autonomia, compreensão e carinho entre ambos.
Nesta perspectiva, procurou-se embasamento de teóricos que apresentam técnicas metodológicas de pesquisa de acordo com as diferentes posturas desenvolvidas por profissionais e especialistas deste âmbito da  prática educacional ou, mais genericamente, ligados a relação afetiva entre professor e aluno e através destes esclarecimentos poderemos identificar os pontos, que possam estimular tanto o professor como o aluno a convivência de afetividade no processo educativo.
No entanto, serão apontados alguns fatores que levam a questionar se esta prática educativa vem realmente acontecendo de maneira satisfatória na educação. Muitas vezes, as relações entre sujeitos acabam por se contrapor, sejam por motivos econômicos, sociais, políticos ou ideológicos, demonstrando falhas no cotidiano escolar, bem como limitações quanto a aquisição do conhecimento no processo ensino-aprendizagem e propor alternativas que possam contribuir para a melhoria do relacionamento aqui trabalhado, numa perspectiva de aprendizagem significativa e satisfatória.
Visamos com esta pesquisa darmos alguns passos a respeito da relação afetiva no comportamento entre professor e aluno, e consequentemente, o desempenho do aluno no processo educacional, no qual acreditamos estar oferecendo subsídios reflexivos à temática investigada.
2. Reflexão acerca das relações afetivas entre professor e aluno
A afetividade está totalmente inserida no ambiente escolar e não é menos importante que a educação do corpo e da mente. Pois se sabe que as interações afetivas existentes entre professor e aluno são de suma importância para o desenvolvimento e construção do conhecimento. Para Piaget (1980), ”a vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distinta já que o ato de inteligência pressupõe uma regulação energética interna (interesse, esforço, felicidade, etc)”, o interesse e a relação afetiva entre a necessidade e o objeto susceptível de satisfazê-la. A relação da cognição e afetividade no contexto escolar está intimamente interligada ao desempenho escolar do educando.
Como afirma Maturana (1959, p.15):
“Vivemos em uma cultura que desvaloriza as emoções, e não vemos o entrelaçamento cotidiano entre a razão e a emoção, que constitui o viver humano, e não nos damos conta de que todo o sistema racional tem um fundamento emocional.”
A interação professor-aluno ultrapassa os limites profissionais e escolares, pois é uma relação que envolve sentimento e deixa marcas para toda vida. Percebe-se que a relação professor-aluno, deve sempre buscar a afetividade e a comunicação entre ambos, como base e forma de construção do conhecimento e do aspecto emocional.
O que se deve considerar é que o ato de ensinar e aprender são uma constante troca, onde se torna imprescindível que o professor seja acima de tudo um educador que enfrente desafios e possa encarar os problemas presentes na sua formação e, assim compreender que o conhecimento se processa através de valores que embasam e justificam a aprendizagem, nas relações interpessoais dos sujeitos envolvidos, no processo que o vivenciam  em sala de aula.
Como enfaticamente afirma Cury (2003, p.97), que “[...] por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma criança que precisa de afeto”. A partir daí entende-se que, atualmente muitos alunos vêm de famílias desestruturadas, com falta de afeto, cabe ao professor procurar entender o que se passa no cotidiano deste aluno fora da escola, investigar e conhecer mais particularmente seu aluno ao longo de seu aprendizado, pois notas baixas poderão ser reflexos de uma vida afetiva problemática.
De acordo com Werneck (1999, p.61):
“Educar é difícil, é trabalhoso, exige dedicação, sobretudo aos que mais necessitam. Transferir problemas é fugir da verdadeira educação, é uma espécie de médico, que transfere o doente de hospital, lava as mãos e não se sente comprometido com o caso quando da morte do paciente, porque aconteceu em outro hospital e em outras mãos”.
Desse modo, a reflexão sobre a importância e o papel do professor e do seu relacionamento com o aluno, vai bem além, pois estamos diante de constantes mudanças, onde o “novo” sempre trás expectativas que muitas vezes são obscuras preocupam e deixam os profissionais perdidos. Do mesmo modo, possibilita que atentemos para os limites que envolvem os sujeitos distintos dentro de sala de aula, onde o aluno espere concretizar expectativas de aprendizagem e reciprocidade de carinho e compreensão.
O objetivo de enfrentar esse grande desafio, também inclui em vencermos os medos, que não são poucos, a fim de contribuirmos para um futuro melhor, onde devemos romper com antigos conceitos, através de críticas, criatividade, afetividade, ousadia e muito diálogo, para a construção de novas formas no presente, com vistas no futuro.
Dessa forma, é fator inevitável que o professor tenha consciência de que uma boa convivência com os alunos deve ser precedida de um bom diálogo. Ressaltando Freire (1980, p.23), “o diálogo é um encontro no qual a reflexão e  a ação, inseparáveis daqueles que dialogam, orienta-se para o mundo que é preciso transformar e humanizar.” A ação do professor é imprescindível. É ele quem deve assumir o papel de mediador, e não de condutor, como é comum  no âmbito educacional, entre a cultura elaborada e em processo de acumulação pela humanidade e pelo educando.
Mas é necessário encarar este desafio como uma utopia, como uma possibilidade de mudança, em que a busca e o diálogo estimulem a  capacidade reflexiva e a construção de uma visão plural do conhecimento.
2.1 Fatores de implicação do relacionamento de afetividade entre discente e docente
A educação é a mais fantástica troca de conhecimento que há entre os seres humanos. A educação é encontrada em mundos diversos, pois em todos os lugares que formos certamente haverá alguma cultura para absorver e consequentemente apresentar a nossa cultura para outras pessoas.
O perfil da educação brasileira apresentou significativas mudanças nas ultimas décadas. O desempenho dos alunos remeteu-nos a necessidade de considerarem a formação do professor, como sendo requisito fundamental para a melhoria dos índices de aprovação, repetência e evasão do ensino.
Segundo Freire (1980, p.117):
“Somente uma outra maneira de agir e de pensar pode levar- nos a viver uma outra educação que não seja mais monopólio da instituição escolar e de seus professores, mas sim, uma atividade permanente, assumida por membros de cada comunidade e associada de todo as dimensões da vida cotidiana de seus membros”.
Assim sendo, cabe na concepção de educação o sentido de despertar o envolvimento desses membros no ensino aprendizagem, de forma que lhes possibilitem a ampliação de conhecimento, através dos quais poderão compreender e entender a importância do seu papel enquanto seres pensantes que fazem parte da construção desse processo e consequentemente consigam acompanhar os contextos de modernidade exigida pela sociedade atual, uma vez que, o desenvolvimento de uma sociedade retrata a capacidade que seus membros apresentem, os quais perpassam uma concepção de homem, desenvolvidos no discurso da história do pensamento que fundamentam as concepções de educação.
Para Vygotsky (1985), a educação não tem nada de externo ao desenvolvimento: “A escola é o lugar mesmo da psicologia, porque é o lugar das aprendizagens e da gênese das formações psíquicas”. E por isso que essa teoria pode eficientemente empregar para melhor compreender os fenômenos educativos, sobretudo seu papel no desenvolvimento para estimular pesquisas pedagógicas e para se tentar aplicações práticas.
Como afirma wallon (1985, p.130):
“Um professor realmente ciente das responsabilidades  que lhes são confiadas deve tomar partidos dos problemas de sua época. Ele deve tomar partido não cegamente, mas a luz do que sua educação e sua instrução lhes permitam fazer. Ele deve tomar partido para conhecer verdadeiramente quais são as relações sociais, quais são os valores morais de sua época. Ele deve se engajar não somente com seu trabalho de escritórios, e não somente para a análise das situações econômicas ou sociais de seu tempo e de seu país; ele deve ser solidário com seus estudantes, aprendendo com eles quais são as suas condições de vida, por exemplo. Ele deve constantemente buscar novas ideias e modificar a si próprio para um contato permanente com uma realidade em evolução permanente, feito da existência de todos e que deve atender aos interesses de todos”.
As relações estabelecidas no contexto escolar tem se revelado cada dia mais difícil e conflitante a descrença de que a escola possa constituir-se num espaço de construção de conhecimento, de alegria de formação de pessoas consciente, participativas e solidárias tem se agravado. Os sentimentos em relação a ela tem sido de desilusão, desencanto e impotência diante dos inúmeros problemas cotidianos. Um deles refere-se às relações afetivas entre professor e alunos.
Na inabilidade de se lidar com os conflitos comuns ao convívio humano, ou seja, questão ligada à afetividade que integram a emoção, a paixão e o sentimento, presente em toda relação humana. Esses e outros problemas estão presentes no chão da escola, e superá-los implica um desafio de questão política, econômica, social e pedagógica.
A atitude do professor em sala de aula é importante para criar clima  de atenção e concentração, sem que perca a alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno, quanto fazer que atuem de maneira indisciplinada. Portanto, o papel do professor é o de mediador e facilitador, que interaja com os alunos na construção do saber. Esse clima poderá ser positivo, de apoio ao aluno quando o relacionamento é afetuoso, cordial.
Nesse caso, o aluno sente segurança, não teme as críticas e a censura do professor; seu nível de ansiedade se mantém baixo e ele pode trabalhar descontraído, criar, render mais intelectualmente. Porém, se aluno teme constantemente às criticas e a censura do professor, se o relacionamento entre eles é permeado de hostilidade e contraste, a atmosfera da sala de aula é negativa. Ser professor não constitui uma tarefa simples, ao contrario, é uma tarefa que requer amor e habilidade.
Como destaca Rodrigues (1997), ”o educador não é simplesmente aquele que transmite um tipo de saber para seus alunos; como um simples repassador de conhecimento”. O papel do educador é bem mais amplo, ultrapassando esta mera transmissão de conhecimento.
Procura-se, portanto, romper as diferenças de professor e aluno consagrados pela escola tradicional. Os papéis tradicionalistas desempenhados pelos professores: ensinar, transmitir e dominar; e pelo aluno: aprender, receber passivamente e obedecer, devem ser mudados. Só assim a escola poderá efetivamente atender a sua mais elevada finalidade: permitir o aluno a chegar ao conhecimento.
Nota-se que o fator afetivo é muito importante para o desenvolvimento e construção do conhecimento, pois por meio das relações afetivas o aluno se desenvolve, aprende e adquire mais confiança que ajudarão no seu no seu desempenho escolar.
3. Papel do Professor na Prática da Afetividade
O professor é o grande agente no processo educacional, assim afirma o Dr. Gabriel Chalita, autor do livro “Educação a solução está no afeto”. Ele diz: “A alma de qualquer instituição de ensino é o professor.” Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campo de futebol, sem negar a importância de todo esse instrumental, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e a importância do professor.
Em uma entrevista feita com o professor Gabriel Chalita pergunta-se: há quem afirma que o computador irá substituir o professor, e que nesta era em que a informação chega de muitas maneiras, o professor perdeu sua importância. Ele responde com serenidade. “O computador nunca substituirá o professor.” Por mais evoluída que seja a máquina, por mais que a robótica profetize evoluções fantásticas, há um dado que não pode ser desconsiderado: “a máquina reflete e não é capaz de dar afeto, de passar emoção, de vibrar com a conquista de cada aluno. Isso é um privilégio humano”.
Ele enfatiza ainda: pode-se ter todos os poemas, romances ou dados no computador, como há nos livros, pode haver a possibilidade de buscar informações pela internet, cruzar dados num toque de teclas, mas falta emoção humana, o olhar atento  do professor, sua gesticulação, a fala, a interrupção, a construção coletiva do conhecimento, a interação com a dificuldade ou facilidade da aprendizagem.
Os temores de que a máquina possa vir a substituir o professor atinge somente àqueles que não têm verdadeiramente a vocação do magistério, os que são meros informadores desprovidos de emoção. Professor é muito mais que isso. Professor tem luz própria e caminha com pés próprios. Não é possível que ele pregue autonomia, sem ser autônomo, que fale de liberdade sem experimentar a conquista da independência que é o saber, que ele queira que seu aluno seja feliz sem demonstrar afeto. E para que possa transmitir afeto é preciso que sinta afeto. Ninguém dá o que não tem. O copo transborda quando está cheio, o mestre tem de transbordar afeto, cumplicidade, participação no sucesso, na conquista de seu educando, o mestre tem de ser o referencial, o líder, o interventor seguro, capaz de auxiliar o aluno em seus sonhos, seus projetos.
Para que o professor desempenhe com maestria a aula na matéria de sua especialidade, ele precisa conhecer as demais matérias, os temas transversais que devem perpassar todas elas e, acima de tudo conhecer o aluno. Tudo o que diz respeito ao aluno deve ser interesse do professor. Ninguém ama o que não conhece, e o aluno precisa ser amado! E o professor é capaz de fazer isso. Para quem teve uma formação rígida, é difícil expressar os sentimentos; há pessoas que não conseguem elogiar, que não consegue abraçar, que não consegue sorrir. O professor tem que quebrar essas barreiras e trabalhar suas limitações e as dos alunos. A grande responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está na mão do professor. Por mais que o diretor ou coordenador pedagógico tenha boa intenção, nenhum projeto será eficiente se não for aceito, abraçado pelos professores porque é com eles que os alunos têm maior contato.
Nota-se que o papel do professor, está muito além da simples transmissão de informações. Dentro de uma gestão democrática, ele participa da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento do ensino, isto é, decide solidariamente com a comunidade educativa o perfil de aluno que se quer formar, os objetivos a seguir, as metas a alcançar. E isso não apenas no tocante a sua matéria, mas toda a proposta pedagógica.
4. Subsidiar ações na promoção da efetividade entre professor e aluno.
A carreira de um professor engloba uma gama de deveres a serem cumpridos, é necessário então, que o mesmo perceba a importância de se preocupar com a qualidade de sua docência. Para que isso aconteça, o professor deve se auto avaliar em todos os dias de seu trabalho, tendo em vista o controle e o conhecimento sobre sua missão, suas características e sua didática.
O processo de aprendizagem pode ser beneficiado quando professor e aluno buscam conhecimentos mútuos de suas necessidades, tendo consciência de sua forma de relacionar-se, respeitando as diferenças. O professor em sala de aula deverá contribuir para desenvolver a autoestima, a estabilidade, tranquilidade, capacidade de contemplação do belo, de perdoar, de fazer amigos e de socializar-se. Assim sendo, as instituições escolares não podem dispensar tais conceitos de seu currículo, devendo estimular uma rede mais generalizada de afetividade nas relações interpessoais, no âmbito escolar e trabalhando intensivamente para gerar oportunidades de integrar o homem na sociedade.
Segundo Içami Tiba (1998, p.02):
“O saber consiste em ensinar e aprender. E ninguém pode estimular ninguém, a saber, se não pratica.” Pois o saber não é só acúmulo de informações, mas um conjunto de capacidades adquiridas e desenvolvidas na escola que tornem o jovem apto a enfrentar os desafios da vida profissional”.
A conduta do professor influi sobre a motivação, a afetividade e a dedicação do aluno ao aprendizado. O aluno se ver influenciado por sua percepção em relação ao professor. O professor deve sempre reforçar a autoconfiança dos alunos, a fim de manterem sempre uma atitude de cordialidade e de respeito.  O educador precisa estar atento  a  sua  postura  de  trabalho está claramente entendida por todos os educandos, isso ajudará na organização e nas realizações das atividades diárias. É importante esclarecer que os recursos utilizados pelo educador deverão ser feitos com base no desenvolvimento do aluno e no seu contexto social. O planejamento, por sua vez, contém as estratégias, situações e as atividades que serão feitas no dia a dia.
É importante notar que tais recursos servem apenas como um guia, devendo ser introduzidas todas as modificações que se façam necessárias a fim de atender as necessidades da aprendizagem e às sucessivas descobertas dos alunos.
5. Considerações Finais
O tema abordado neste estudo, acerca da Importância da afetividade na relação professor- aluno é relevante para que todos os educadores reflitam no fazer como educador dentro de uma sala de aula.
É preciso que o professor entenda sua missão como profissional, que passa a enxergar que sua lida constante e diária não é em vão, pois a partir dessa jornada que enfrentam, poderá fazer com que surjam no futuro cidadãos bem sucedidos.
É importante que o professor entenda que o lugar que ele ocupa em relação aos seus alunos não é apenas daquele que ensina, mas sim daquele que deixa marcas. A postura que se sugere ao professor com este trabalho, é que ele possa encontrar na sua prática docente um motivo para prosseguir, pois sem metas e objetivos é impossível se obter sucesso não somente nesta profissão, mas também em todas outras.
Para isso, é de fundamental importância que o professor esteja consciente de sua responsabilidade, tomando decisões de acordo com os valores morais e as relações sociais de sua prática, considerando ainda, as condições de vida familiar e social de seus alunos.
E assim, aliando seu talento como professor a bons métodos de trabalho já citados neste estudo, poderá mudar a situação de ensino tão mal vista em nosso país atualmente, trazendo esperança de melhoras para a formação educacional do indivíduo.
Sobre a autora:
Maria Gleuma Soares de Sousa - Graduada em Pedagogia e Pós graduada em Psicopedagogia Institucional. Trabalho de conclusão de Curso – Artigo Científico - apresentado a Coordenação do curso de Especialização em Psicopedagogia ministrada pelas Faculdades Integradas de Patos, em cumprimento às exigências para obtenção do titulo de Especialista. Professora: Msc. Maria do Socorro de Lucena Silva.

Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

OS TRANSTORNOS MENTAIS POR TRÁS DO SUICÍDIO

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Praticamente 100% dos suicidas tinham transtornos mentais, muitas vezes não diagnosticados, frequentemente não tratados ou não tratados da forma adequada. Ou seja, muitos suicídios poderiam ter sido evitados.

O suicídio mata mais do que homicídios e desastres naturais. Infelizmente as taxas de suicídio estão aumentando em todo o mundo. Todos os anos são registrados cerca de dez mil suicídios no Brasil e mais de um milhão no mundo. Este tema, que ainda é tabu, precisa ser cada vez mais falado.

Fatores como desemprego, crise econômica, mudança no padrão de vida, problemas financeiros, solidão, podem aumentar o risco de suicídio. Se a pessoa já têm uma predisposição como depressão, por exemplo, este risco aumenta.

Pedir ajuda é fundamental! Muitas vezes quando estamos deprimidos nos isolamos, evitamos pessoas, evitamos conversar sobre nosso sofrimento. Muitas vezes a família nem desconfia o tipo de pensamento que pode estar passando pela cabeça daquele que pensa em se suicidar e, que de fato, num momento de desespero em acabar com todo o sofrimento, pode cometer um ato sem volta.

Quando alguém pensa em suicídio é para matar a dor e não a vida. É uma tentativa desesperada de exterminar todo o sofrimento que sente. Por trás de um suicida existia uma pessoa que pedia ajuda, muitas vezes psiquicamente doente há tempos.

Os transtornos psiquiátricos em que as taxas de suicídio são maiores, são: Depressão, transtorno bipolar, alcoolismo, abuso/dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. Sentimentos de desesperança, desamparo e desespero são bastante associados ao suicídio.

Fatos e inverdades acerca do suicídio:

Ficção: Pessoas que ficam ameaçando suicídio não se matam.
Fato: A maioria das pessoas que se matam deram avisos de sua intenção.
Ficção: Quem quer se matar, se mata mesmo.
Fato: A maioria dos que pensam em se matar, têm sentimentos ambivalentes.
Ficção: Suicídios ocorrem sem avisos.
Fato: Suicidas frequentemente dão ampla indicação de sua intenção.
Ficção: Melhora após a crise significa que o risco de suicídio acabou.
Fato: Muitos suicídios ocorrem num período de melhora, quando a pessoa tem a energia e a vontade de transformar pensamentos desesperados em ação autodestrutiva.
Ficção: Suicídios não podem ser prevenidos.
Fato: A maioria pode-se prevenir.
Ficção: Uma vez suicida, sempre suicida.
Fato: Pensamentos suicidas podem retomar, mas eles não são permanentes, e em algumas pessoas, eles podem nunca mais retornar.

A informação para prevenção é uma arma preciosa no combate ao suicídio. A família mais atenta também pode ajudar a salvar vidas levando o familiar ao diagnóstico de transtornos mentais e tratamento adequado.


Fonte: Psiconlinews

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Janeiro Branco: Conheça melhor esse projeto

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Janeiro Branco: renascimento do que há de melhor em nós!


Virada de ano é sempre a mesma coisa: as pessoas entram em um movimento subjetivo
de avaliação das suas próprias vidas. 

Pouco antes de o ano terminar, todos começamos a pensar em como foi o ano que está prestes a acabar. Começamos a pensar nas coisas que fizemos, nas coisas que vivemos, nos sentimentos que desenvolvemos, nas relações que experimentamos e em tudo que deu certo e que não deu certo no ano que se passou.
Esse é um movimento pessoal, subjetivo, mas que conta com uma grande ajuda da nossa cultura – afinal, em todo final de ano, todos paramos para fazer balanços gerais de nossas vidas. E quando o réveillon, chega, vivemos uma espécie de catarse a partir da qual nos propomos a resgatar os nossos sonhos, construir os nossos projetos, executar os nossos planos e a realizar tudo o que sempre desejamos.
Essa é a mágica que o escritor Carlos Drummond de Andrade reconheceu no texto “Receita de Ano Novo“.
Porém, neste poema, Drummond aconselha que a pessoa, para ganhar um Ano Novo de verdade, tem que lutar por ele, merecê-lo, fazer por onde despertar o Ano Novo que existe adormecido dentro de cada um de nós. E essa é, justamente, a proposta do Janeiro Branco: uma campanha que busca mostrar às pessoas que elas podem se comprometer com a construção de uma vida mais feliz para si mesmas.
O simbolismo da virada de ano nos inspira a planejarmos uma vida com mais realizações e mais coragem na busca dos nossos próprios sonhos. A virada de um ano para o outro é um presente que a própria humanidade se deu, uma fonte de energia, de inspiração, de coragem, de novas propostas, de resgate dos sonhos, de renovação das forças e de reorganização dos planos.
Assim, o Janeiro Branco será uma campanha muito marcante; uma espécie de portal simbólico, cultural e temporal a partir do qual todos os nobres objetivos dos “homens” podem ser planejados, perseguidos e alcançados.
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Não desperdicemos essa chance!

Façamos de cada Janeiro uma forma de renascimento do que há de melhor em nós e na humanidade. O resto do ano agradecerá, sempre!
Os 5 objetivos da Campanha Janeiro Branco:
1 – Fazer do mês de Janeiro o marco temporal estratégico para que todas as pessoas do mundo reflitam, debatam e planejem ações em prol da Saúde Mental e da Felicidade em suas vidas ao longo de todo o ano;
2 – Chamar a atenção de todo mundo para o tema da Saúde Mental nas vidas das pessoas;
3 – Aproveitar o início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito das suas vidas, dos seus relacionamentos e do que andam fazendo para serem verdadeiramente felizes;
4 – Chamar a atenção das pessoas para pensarem a respeito do que precisam mudar em suas vidas para serem, realmente, felizes;
5 – Mostrar às pessoas que sempre é possível o fechamento e a abertura de novos ciclos em busca da Felicidade em suas vidas – afinal, ano novo, vida nova, mente nova!

Como o Janeiro Branco pode ajudar as pessoas?

1 – Incentivando-as a pensar: o ano mudou – vamos mudar de vida também?
2 – Convidando-as a entender: assim como os anos, a vida é feita de ciclos – devemos concluir aqueles que não nos fazem bem e iniciar os que nos farão felizes!
3 – Fazendo-as perceber: a virada de ano é o momento simbólico que a humanidade criou para parar um pouco e pensar sobre si mesma – essa é uma boa hora para aproveitarmos o exemplo e fazermos o mesmo em relação as nossas próprias vidas!
4 – Encorajando-as a responder: Janeiro abre as portas de um novo ano para todos – será mesmo que precisamos repetir as escolhas ou condições do ano que passou e que nos impediram de ser, verdadeiramente, felizes?
5 – Motivando-as a calcular: um novo ciclo de 12 meses está se abrindo a nossa frente – há tempo de sobra para qualquer um de nós fazer por onde ser feliz e ajudar aos outros nessa tarefa.

#QuemCuidaDaMenteCuidaDaVida
Janeiro é um mês, naturalmente, terapêutico.
Façamos da sua estratégica posição um ponto de partida
privilegiado a partir do qual as pessoas movam-se
em busca de mais sentidos positivos para as suas vidas.

Fonte: www.janeirobranco.com.br

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Desconstruindo Marte e Vênus: reflexões sobre neurossexismos e neurofeminismos



De acordo com um famoso livro de autoajuda "os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus", o que é uma outra forma de dizer que a diferença entre os dois sexos seria tão grande que é como se habitassem planetas distintos. Mas paremos para pensar um pouco: homens e mulheres são realmente tão diferentes assim? Grande parte das pessoas provavelmente diria que sim, afinal basta olhar para perceber que, em geral, homens e mulheres se vestem de formas diferentes e se comportam de maneiras distintas - o que sinaliza que também, e talvez, pensem e sintam diferentemente.
Eu não discordaria totalmente desta resposta, mas faria mais algumas perguntas: por que homens e mulheres são diferentes? Será que já nasceram diferentes ou estas diferenças foram sendo construídas no decorrer do processo de desenvolvimento? Muitas pessoas, assim como muitos cientistas, tendem a acreditar na existência de diferenças inatas entre homens e mulheres - e por inato quero dizer tudo aquilo que a criança já possui ao nascer. Muitos cientistas acreditam que a nossa masculinidade e a nossa feminilidade são construídas, ou no mínimo pré-moldadas, antes mesmo de nascermos.
Nossa genética, que herdamos de nossos pais, assim como a ação de certos hormônios durante a gestação, fariam com que nossos cérebros se diferenciassem - e é esta diferença que tornaria os homens essencialmente diferentes das mulheres e vice-versa. O papel da cultura e da educação, ainda que não seja negado completamente, é diminuído ao ser entendido como coadjuvante da biologia, esta sim a verdadeira protagonista do processo de diferenciação sexual.
Alguns autores vão além e buscam a explicação para as diferenças entre homens e mulheres em nosso passado evolutivo. A narrativa é quase sempre a mesma: em um passado distante, na "época das cavernas", os homens eram responsáveis pela caça e pela procura de alimentos enquanto as mulheres pela preparação de tais alimentos e pelo cuidado dos filhos. Esta narrativa, amplamente disseminada pelos livros de autoajuda e de divulgação científica, busca a explicação de nossos comportamentos atuais neste passado distante.
A ideia é que homens e mulheres seriam diferentes atualmente  porque possuiriam histórias evolutivas diferentes, que teriam moldado seus genes de forma diferenciada, gerando com isso cérebros e comportamentos igualmente diferenciados. O grande problema de tal explicação é que ela permanece hipotética - como, aliás, quase todas as explicações do campo da psicologia evolutiva. A principal dificuldade é como saber com precisão como viviam os seres humanos há 50 mil anos, momento em que a escrita ainda não tinha sido inventada?
Os arqueólogos bem que tentam, mas é muito difícil reconstruir fidedignamente este passado baseando-se apenas nos escassos vestígios deixados por nossos antepassados. Além disso, como apontam a neurocientista Catherine Vidal e a jornalista científica Dorothée Benoit-Browaeys no livro Cérebro, sexo e poder, tal explicação não passa "de uma representação mítica que consiste em projetar os nossos quadros mentais [do presente] na cultura dos homens do passado".
Mais recentemente, tal explicação tem se misturado a outras narrativas que envolvem hormônios, neurônios e sinapses. A ideia básica é que a estrutura e o funcionamento do nosso cérebro seriam determinados ou fortemente influenciados pela dominância de certos hormônios. Se durante e após o período de gestação formos inundados por hormônios "masculinos" nos masculinizaremos - e teremos "cérebros masculinos"; se formos inundados por hormônios "femininos", nos feminizaremos - e teremos "cérebros femininos".
Esta teoria explicaria tanto as características "típicas" masculinas e femininas quanto a existência de "homens feminilizados" e "mulheres masculinizadas", assim como dos(as) transexuais, que teriam uma espécie de dominância hormonal inversa à de seu sexo biológico original. Os hormônios seriam, assim, os grandes responsáveis por termos cérebros e comportamentos "masculinos" e "femininos". Repare bem nas aspas pois, de fato - como já apontei anteriormente - cérebros e hormônios não podem ser masculinos ou femininos; somente as pessoas, ou seja, os indivíduos como um todo, podem ser. A testosterona, por exemplo, é chamada de hormônio masculino por ser mais elevada nos homens; no entanto, as mulheres também possuem tal hormônio - assim como os homens possuem estrogênio, um hormônio "feminino". 
Da mesma forma, é equivocado falar em comportamento masculino ou feminino pois a forma como os homens e mulheres se comportam varia imensamente entre as culturas - e mesmo dentro da mesma cultura - assim como variou no decorrer da história. Os homens são mais agressivos e as mulheres mais dóceis? Depende. Alguns indivíduos se encaixam dentro deste estereótipo; outros não. Por mais que se queira generalizar, existem homens dóceis e mulheres agressivas e isto não significa que tais indivíduos não sejam homens e mulheres; significa apenas que eles não se encaixam nos estereótipos de gênero. 

No sensacional livro Homens não são de Marte, mulheres não são de vênus, a psicóloga Cordelia Fine chama de neurossexismo justamente as interpretações dos achados neurocientíficos que naturalizam os estereótipos de gênero socialmente construídos. Como afirma a autora, "algumas pessoas usam a neurociência de uma maneira que ela foi frequentemente usada no passado: para reforçar, com toda a autoridade da ciência, estereótipos e papéis antiquados".
E é justamente contra este discurso cerebralista e neurossexista que a autora volta sua mira. Felizmente ela não está sozinha nesta empreitada. Desde 2010 um grupo de pesquisadoras que se descrevem como neurofeministas - que inclui a própria Cordelia Fine - vem se articulando  em uma rede internacional denominada NeuroGenderings, cuja proposta, segundo a pesquisadora Marina Nucci, é “criticar o dualismo e a noção de dismorfismo sexual e discutir como fatos neurocientíficos sobre sexo e gênero são produzidos, chamando atenção para o contexto histórico, cultural e político e para as consequências éticas desses estudos”. Um dos principais focos desta rede é justamente combater o neurossexismo.
Cabe salientar que as neurofeministas não pretendem efetivar tal "combate" simplesmente criticando as pesquisas neurocientíficas mas também, e especialmente, produzindo ciência - tanto que uma frase bastante repetida pelas pesquisadoras, e que dá título ao artigo de Nucci, é "Não chore, pesquise". Embora tais pesquisadoras sejam comumente taxadas de anti-neurociências a proposta delas não é simplesmente descartar a biologia, mas entender de que forma nosso sistema nervoso interage com o ambiente. O conceito de neuroplasticidade é extremamente importante nesse sentido, pois aponta para o entendimento de que nosso cérebro é moldado continuamente no/pelo mundo. Como afirma Fine em seu livro, "o nosso cérebro, como estamos começando a entender, é modificado pelo nosso comportamento, pelo nosso pensamento e pelo nosso mundo social.
A nova perspectiva neuroconstrutivista do desenvolvimento do cérebro enfatiza o emaranhado simples e estimulante de uma contínua interação entre os genes, o cérebro e o ambiente". Para a autora, as diferenças entre os sexos/gêneros devem ser entendidas levando-se em conta esta permanente interação. E é por isso que, segundo este ponto de vista, seria equivocado dizer que homens são de Marte e mulheres são de Vênus. Não! Homens e mulheres habitam o mesmo mundo e são por ele formados - e suas diferenças não se devem simplesmente à ação dos genes e hormônios, mas sim a um complexo processo de interação entre biologia e cultura.
Observação: Um importante estudo publicado em 2015 no prestigioso periódico Proceedings of the National Academy of Sciences/PNAS apresentou fortes evidências de que embora existam algumas diferenças no funcionamento cerebral de homens e mulheres, tais diferenças não seriam suficientes para se falar em "cérebros masculinos" e "cérebros femininos" - isto porque haveriam também significativas diferenças entre os próprios homens e as próprias mulheres.
Após realizarem exames de ressonância magnética no cérebro de mais de 1400 homens e mulheres e avaliarem tanto o volume de suas substâncias branca e cinzenta, quanto a quantidade de conexões neuronais e espessura do córtex cerebral, os pesquisadores concluíram que "embora existam diferenças de sexo/gênero no cérebro e no comportamento, humanos e cérebros humanos são compostos de 'mosaicos' únicos de características, algumas mais comuns em mulheres comparadas com homens, algumas mais comuns em homens em comparação com mulheres e algumas comuns em mulheres e homens.
Nossos resultados demonstram que, independentemente da causa das diferenças observadas entre sexo/gênero no cérebro e no comportamento (natureza ou cultura), os cérebros humanos não podem ser categorizados em duas classes distintas: cérebro masculino/cérebro feminino. Comentando esta pesquisa, o psiquiatra Michael Bloomfield da University College London, afirmou o seguinte: "Se os resultados deste estudo forem replicados e relacionados ao pensamento e comportamento, este estudo não apoia a teoria de que os homens são de Marte e as mulheres de Vênus. Em vez disso, ele é uma evidência das ideias propostas pelo filósofo grego Platão e desenvolvidas pelo psiquiatra suíço Carl Jung, que nossas mentes seriam parte masculina e parte feminina".

Fonte: http://psicologiadospsicologos.blogspot.com.br/