sexta-feira, 16 de junho de 2017

Aqueles que choram vendo filmes são psicologicamente mais fortes


Por Jennifer Delgado Suárez, psicóloga
Há pessoas que choram facilmente com filmes, outras tem vergonha de mostrar as emoções, especialmente os homens, porque eles pensam que as lágrimas os enfraquecem, uma bobagem machista sem nenhum fundamento. No entanto, a verdade é que chorar vendo um filme não é um sinal de fraqueza, muito pelo contrário, indica que a pessoa é psicologicamente mais forte.
Chorar não é motivo de vergonha. É sinal de humanidade que indica uma emoção, pode ser tristeza, felicidade, raiva, nostalgia, acima de tudo, sintoma de empatia. E pessoas assim tendem a ser socialmente mais bem-sucedidas.
Choramos com filmes porque somos empáticos
Quando os personagens de um filme são bem representados, somos levados a nos colocar em sua pele, ver a realidade através de seus olhos. Todos, em variados níveis, buscamos a identificação no cinema. Estudos feitos utilizando neuroimagem funcional revelaram que o nosso cérebro quase se conecta com o personagem com quem nos identificamos, na medida em que ativamos as mesmas áreas do cérebro, relacionados ao que o personagem está fazendo, as mesmas áreas que ele está utilizando para executar as tarefas, como caminhar, saltar ou bater palmas, por exemplo.
Esse recurso também permite compreender sua situação e seu ponto de vista, bem como experimentar os mesmos estados emocionais. Obviamente, a empatia está intimamente ligada à maneira como nosso cérebro está estruturado, especialmente com os neurônios-espelho, que são os principais responsáveis ​​no ato de nos colocar no lugar dos outros.
Por outro lado, quando vemos filmes com um alto conteúdo emocional, nosso cérebro também libera ocitocina, um neurotransmissor poderoso que nos ajuda a conectar com os outros e nos permite ser mais compreensivos, amáveis, confiáveis e desinteressados. Um estudo realizado na Claremont Graduate School deixou isso bem claro.
Neste experimento, os psicólogos pediram aos participantes que assistissem um vídeo do Hospital Infantil St. Jude. Metade das pessoas viu um segmento do vídeo que mostrava um pai falando sobre o câncer terminal de seu filho. A outra metade viu um segmento em que a criança e o pai visitavam o zoológico e nenhuma menção da doença foi feita.
Como esperado, o segmento em que apareceu o pai falando sobre o câncer do filho gerou uma resposta emocional mais intensa: os participantes mostraram um aumento de 47% dos seus níveis de oxitocina no sangue.
Em seguida, cada participante teve que tomar uma série de decisões relacionadas com dinheiro e outras pessoas. Os resultados mostraram que aqueles que assistiram o vídeo de conteúdo mais emocional foram mais generosos com estranhos e mais propensos a doar dinheiro para caridade. Aqueles que doaram dinheiro também relataram estarem se sentindo mais felizes.
Isto mostra que a empatia, e as atitudes despertadas por ela, como chorar quando nos identificamos com algum personagem de um filme, na verdade, não é uma fraqueza, pelo contrário, é uma habilidade que nos permite conectar com outras pessoas e que, em última análise, nos torna pessoas mais fortes e mais felizes.
A empatia é um dos caminhos que nos conduzem à resiliência. Quando somos capazes de compreender os outros, o nosso universo emocional se expande. De certa forma, viver essas experiências através de outrem nos ajuda a ficar mais forte emocionalmente e nos prepara para quando temos que passar por momentos semelhantes.
A incapacidade de tomar o lugar de outrem é uma desvantagem social, enquanto a sensibilidade emocional, a capacidade de compreender os outros e experimentar as suas emoções, o que nos permite expandir o nosso horizonte emocional, revela que somos pessoas mais fortes.
Chorar também melhora o estado de espírito
Se você precisar de mais razões para não reprimir o choro durante um filme, aqui vai outro estudo, desta vez desenvolvido por psicólogos da Universidade de Tilburg, onde observou-se que filmes tristes podem realmente melhorar o nosso humor, mas somente se você for levado às lágrimas.
Texto originalmente publicado na Rincón de la Psicología, traduzido e livremente adaptado pela Revista Bem Mais Mulher.
Créditos da foto de capa Por aastock/ via Shutterstock


quinta-feira, 15 de junho de 2017

A autoestima na era do selfie

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As selfies já fazem parte do nosso dia a dia. Registrar a própria imagem em um bom  ângulo e postar na rede se tornou tão comum que poucos ainda não se renderam a essa forma de estar presente no seu círculo virtual.
Mas, o que chama a atenção é que de algum tempo para cá as selfies tem crescido excessivamente demonstrando uma fixação em sim mesmo. Uma pesquisa da Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva fez um levantamento com 2,7 mil cirurgiões americanos e concluiu que um em cada três profissionais pesquisados registrou “aumento nos pedidos de procedimentos porque os pacientes estão mais preocupados com os olhares nas redes sociais”.  (Para ler mais sobre a pesquisa: oglobo.globo.com/sociedade/saude/com-febre-dos-selfies-cresce-numero-de-cirurgias-plasticas-nos-eua-12725349#ixzz3C4DiLFl9)
Será que há algo por trás desse comportamento? O que estimula as pessoas a ficarem tão preocupadas com a própria imagem?
De alguma forma receber várias curtidas, chamar a atenção e ser admirado faz com que as pessoas busquem mais e mais por isso, parece haver um desejo pelo olhar constante do outro. E não é só em relação aos bonitos, há espaço para vários estilos: os charmosos, os criativos, os nerds, os cultos.. A questão não é o que, mas a necessidade em parecer alguma coisa, impressionar o outro, chamar a atenção, independente se é adequado ou não. As selfies dos velórios demonstram que mais importante do que estar no velório e mostrar para os outros que está.
Excesso de autoestima?
A autoestima é a confiança no próprio potencial, a certeza da capacidade de enfrentar os desafios da vida, a consciência do próprio valor e do direito ao sucesso e à felicidade. (CERQUEIRA, 2004).
Lendo essa definição de autoestima podemos fazer uma nova reflexão. Será que as pessoas que estão muito preocupadas com o olhar do outro confiam tanto no próprio potencial? Quando precisamos constantemente da afirmação e da “curtida” do outro para sentir alguma satisfação, algo está equivocado. Estamos olhando cada vez mais para fora, ao invés de olhar para dentro, e isso reforça o sentimento de insegurança em si mesmo.
Isso quer dizer que esse movimento exagerado ao invés de demonstrar que as pessoas estão seguras e felizes consigo mesmas mostram, na verdade, o contrário. Uma auto insatisfação constante e a necessidade de parecer, muito maior do que a necessidade de realmente ser.
O risco é alto quando colocamos todas as fichas na aceitação do outro. Pois as outras pessoas podem não se importar, não curtir, não responder, não gostar. Nessa hora surge o sentimento de rejeição e inadequação. Para responder a essa inadequação as pessoas buscam novas formas de aparecer e chamar ainda mais a atenção.
E o que fazer?
O caminho para construir a verdadeira autoestima é totalmente inverso. Conhecer a nós mesmos e nos aceitarmos nos fortalece como indivíduos. É preciso coragem para olhar para si mesmo, ver as forças e as fraquezas, e ser generosos com isso, reconhecendo que toda a humanidade tem suas vulnerabilidades.
Por trás da beleza, do dinheiro, do status, da intelectualidade, há uma parte frágil querendo se esconder, as pessoas precisam ter espaço para mostrar sua fragilidade humana. Essa era da perfeição só colabora para mais ansiedade e sentimento de inferioridade.
Só através do autoconhecimento podemos receber quem nós somos, e assim se formos curtidos ou não, seja na rede social ou na vida, podemos seguir leves, pois escolhemos mostrar aquilo que, primeiramente, faz sentido e é coerente para nós mesmos.
Fonte: A Caminho da Mudança

O estresse no ambiente de trabalho



O dia a dia está muito estressante e a vida profissional é um dos maiores responsáveis por isso. A pressa para tomar decisões, a cobrança da chefia para produzir e atingir metas, o excesso de carga horária, instalações desconfortáveis, viagens frequentes, problemas de relacionamento com colegas ou com a chefia, alta competitividade e necessidade de realizar cada vez mais cursos para se diferenciar no mercado. Esses são alguns dos fatores diários que podem contribuir para o desgaste emocional e físico.
O alto nível de estresse laboral pode acarretar importantes consequências psicológicas no trabalhador. Baixa na autoestima profissional unida a uma sensação de inadequação e de desqualificação e, dessa forma, menor energia para trabalhar. O aumento da ansiedade também é provável podendo desencadear, em casos mais sérios, quadros de pânico e fobias.
Quando o estresse se torna Burnout
Algumas pessoas podem desenvolver, ao longo do tempo e sem perceber, a síndrome de Burnout. Trata-se de um tipo de estresse ocupacional crônico que acomete, principalmente, profissionais que lidam diretamente no cuidado e relação emocional com seus clientes ou pacientes.
Pesquisas mostram que os profissionais mais acometidos por este transtorno são professores, enfermeiros, médicos e psicólogos. No Brasil é sinônimo da Síndrome do Esgotamento Profissional.
A diferenciação entre o estresse e a síndrome é sutil e, às vezes, difícil de ser realizada. Quando esse estresse profissional torna-se crônico, passa a gerar problemas na vida pessoal e profissional da pessoa e está associado a alterações psíquicas e comportamentais, enquanto que o estresse do dia a dia está mais relacionado a alterações físicas e passageiras.
Para a caracterização desse transtorno a pessoa deve apresentar três sintomas principais que são a exaustão emocional, que é um esgotamento que gera falta de interesse e força para realizar as tarefas; despersonalização, ou seja, momento em que o profissional passa a tratar as pessoas a sua volta (no ambiente laboral) de forma hostil, indiferente, ausente de afetos, como se fossem objetos; e diminuição da realização pessoal no trabalho, caracterizada por uma baixa na autoestima e insatisfação com seus resultados. A depressão costuma estar associada a esse quadro.
Possibilidades de diminuir o estresse
Reconhecendo a competitividade e a pressa do mundo atual, há uma corrente, dentro de muitas empresas, que tenta promover momentos de relaxamento ao seu funcionário no local de trabalho. Aulas de exercício, alongamentos, massagem. São várias as opções que podem ser utilizadas a auxiliar na diminuição da tensão física e emocional do dia a dia.
Buscar outras atividades, fora do ambiente laboral, também pode ser um grande aliado para o extravasamento do estresse. Dessa forma, a pessoa poderá chegar em casa mais relaxado para aproveitar, mesmo que por pouco tempo, o convívio familiar e os momentos de prazer da vida.
Estar sempre atento as suas próprias atitudes e emoções é um exercício interessante, pois promove um autoconhecimento que permitirá que você seja a primeira pessoa a perceber que algo está fora do seu equilíbrio e que é momento de dar uma pausa.
Trabalhar é uma parte importante na vida de todos. Promove sentimentos de satisfação e realização. Dá autonomia e liberdade, além da recompensa financeira que também é importante para uma vida mais tranquila.
É importante buscar um equilíbrio em todos os aspectos da vida, inclusive a profissional. É preciso saber qual o limite que cada um possui para a dedicação laboral sem permitir que isso prejudique sua saúde física e psíquica.
Fonte: A Caminho da Mudança

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A influência da ansiedade em nossas vidas

Quem nunca sentiu aquele nó na garganta momentos antes de falar em público? Ou durante o desenvolvimento de um projeto profissional importante? E frio na barriga ao encontrar uma pessoa especial? Ou antes de prestar um exame decisivo? São inúmeros os momentos na vida em que é comum ficarmos ansiosos.


A ansiedade pode ser entendida como um sentimento ou uma sensação a uma resposta do nosso corpo perante a um perigo, seja ele real ou imaginário. Coloca-nos em alerta para reagir, ou mesmo fugir, de uma ameaça. Por esse motivo, é uma reação natural e esperada nos indivíduos.
Possui um importante papel em nossas vidas, uma vez que, por nos deixar alerta, nos impulsiona a agir, tomar atitudes frente desafios ou dificuldades. Nos motiva a produzir e a buscar aquilo que desejamos. Por isso, certo nível de ansiedade, é desejável e saudável!
Pode ser de fácil solução, por exemplo, quando se trata de uma ansiedade voltada para algum evento específico. Assim, geralmente, quando esse evento acaba, a ansiedade também termina.
Sintomas
Apresenta-se de inúmeras formas e em diversos graus.  Os sintomas, assim como a intensidade, variam muito. É possível que gere uma inquietação, sensação de nervosismo ou agitação. Há também uma sintomatologia física e, por isso, é comum serem confundidos com outras patologias médicas. Alguns dos sintomas são: taquicardia (podendo “aparentar” um infarto), diarréia, náuseas e vômitos, tensão muscular, insônia, dor de cabeça, dor no estômago (“simulando” uma úlcera), sudorese, falta de ar, irritabilidade, dificuldade para falar (apresentando gagueira).
Há situações em que a ansiedade pode ser mais intensa e, dessa forma, ao invés de agir como um estímulo para as decisões da vida age paralisando o ansioso. Ou seja, aquilo que poderia ser utilizado a nosso favor, se torna um grande empecilho.
A ansiedade excessiva pode estar relacionada com alguns transtornos, como: transtorno de ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), fobias e transtorno do estress pós traumático (TEPT).
Técnicas para reduzir a ansiedade
Existem diversas técnicas que auxiliam, no dia a dia, na redução da ansiedade intensa, que variam entre o controle da própria respiração, técnicas de relaxamento, meditação, yoga, atividades físicas aeróbicas. São atividades que buscam relaxar o corpo e a mente. Muitas vezes podem incluir o som de uma música, conversar com uma pessoa especial, ler um romance, entre outras.
Porém, há situações em que tais técnicas mostram-se insuficientes. Dependendo do grau de prejuízo que a ansiedade gera na vida de cada um, é aconselhável que se tenha o acompanhamento de um profissional especializado.
Nesses casos, é importante que a pessoa faça um tratamento psicoterápico que visa o autoconhecimento e a melhor compreensão dessa ansiedade, inclusive das suas causas. Com isso, a ansiedade tende a se equilibrar, sendo mais bem tolerada e entendida pelo ansioso. O uso medicamentoso pode ser indicado, como tratamento coadjuvante, e para tal, deve-se procurar o auxílio de um médico psiquiatra.
A ansiedade está presente rotineiramente em nossas vidas e é um grande estímulo de motivação frente aos desafios.  Não é possível e nem conveniente erradicá-la completamente. O importante é aprender a lidar com ela, de forma que se torne menos prejudicial e impactante no nosso dia a dia. Para isso, precisamos nos conhecer melhor, a fim de podermos atuar na mudança. Compreender o que nos deixa ansioso é um grande passo nesse processo, além de descobrir quais são as formas capazes de relaxar verdadeiramente o corpo e a mente de cada um de nós! 
Fonte: A Caminho da Mudança

terça-feira, 13 de junho de 2017

Você merece ser feliz?


Todos nós sonhamos na vida. Imaginamos e desejamos algo melhor do que a situação atual. Cada um tem a sua meta especial, uma nova profissão, status no emprego, viver em outra cidade, encontrar um grande amor…
Muitas vezes há o desejo e o esforço para se chegar lá, mas na hora tão esperada de conseguir o que se quer, o inusitado acontece e a oportunidade escorre entre os dedos. Sabe aquelas situações em que sempre algo dá errado exatamente quando a chance aparece? Quem não conhece alguém que se atrasou justamente para uma entrevista importante de emprego ou se sentiu mal logo no dia de um esperado encontro romântico?
Porque será que isso acontece? Destino? Ou será que alguma questão psicológica boicota a pessoa na realização dos seus sonhos? Você de alguma forma se identifica com isso?
A ansiedade elevada na véspera de conseguirmos algo muito desejado é natural, ela pode nos paralisar momentaneamente e é importante nos darmos conta e aprendermos a lidar com isso.
O problema surge quando se torna um padrão, se repetindo em situações semelhantes e impedindo a pessoa de alcançar seus objetivos. O sujeito se encontra sempre na posição de sonhador e quando há uma possibilidade real de mudança, ou seja, de se tornar um realizador, algo acontece que o coloca novamente na posição anterior.
Fatores externos podem acontecer, mas do ponto de vista psicológico a pessoa pode estar se boicotando e não perceber isso claramente.
Porque isso acontece?
Muitas vezes os comportamentos de boicote pessoal estão fundamentados na baixa autoestima e nas crenças construídas decorrente disso. Por algum motivo, como por exemplo, experiências anteriores ruins ou críticas recebidas em excesso, a pessoa no fundo não acredita no seu potencial e que merece aquilo que tanto deseja. Isso não é um pensamento claro, mas está ali na espreita e pode se apresentar na forma de ideias pessimistas do tipo “não vai dar certo mesmo”. Quando isso acontece a pessoa, muitas vezes sem perceber, se desvia daquilo que deseja, não enxerga as oportunidades ou não consegue aproveitá-las.
Outra possibilidade de boicote é quando a pessoa já entra em situações com grandes chances de insucesso, o que reforça ainda mais a crença construída. É o caso de mulheres que geralmente se envolvem com homens comprometidos e esperam que a história de amor dê certo. O que normalmente acontece é a mulher se frustrar e reforçar a sua crença equivocada de que um bom amor não é uma possibilidade real para sua vida.
Como mudar?
Nesse processo de mudança é fundamental o autoconhecimento. A terapia é o mais indicado para esses casos de constantes boicotes, pois ajudam a pessoa a olhar para os seus “fantasmas” e entender como eles interferem na sua vida. Só a partir disso é possível desconstruir falsas crenças e fazer as verdadeiras mudanças para uma existência melhor.
À medida que nos conhecemos temos a oportunidade de entrar em harmonia com os nossos desejos e finalmente nos permitir o sucesso, nos libertando de crenças que nos aprisionam e ganhando mais autonomia sobre a nossa vida.
Fonte: A Caminho da Mudança

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Somos reféns do nosso passado?



Quando somos crianças não temos autonomia sobre as nossas vidas. Na infância realmente somos reféns do contexto em que nascemos, dependemos dos outros para nos alimentarmos, aprendermos e crescermos.
O ideal é que tenhamos uma situação adequada para esse desenvolvimento, que sejamos amados e respeitados, que tenhamos pais que nos oriente, nos eduque e que possamos amadurecer de uma forma saudável para fazermos bom uso da autonomia que teremos sobre a nossa vida, na fase adulta.
Porém, sabemos que esse contexto ideal nem sempre acontece. Muitas são as crianças expostas, desde muito cedo, à situações de abandono, violência e conflitos emocionais e isso, sem dúvida, tem um impacto na vida delas.
Mas, que impacto é esse?
As experiências vividas na infância podem ter sido dolorosas, mas não significam necessariamente que no futuro serão adultos com sérios problemas. Filhos que tiveram pais ausentes, violentos ou problemáticos não reproduzirão, obrigatoriamente, o mesmo comportamento na fase adulta. O passado pode ajudar a explicar, mas não determina o futuro.
Várias são as histórias de superação. Um estudo feito por Felsman e Vaillant mostrou o resultado de 75 homens que cresceram em situações bastante adversas. Muitos desses homens, embora marcados pela experiência vivida, exibiam atitudes corajosas de controle e competência, assumindo uma postura ativa na construção de suas vidas. É possível também encontrar vários exemplos no cotidiano, pessoas que transformaram uma experiência ruim em algo proveitoso como mães que criaram ONGs após a perda do seu filho ou empresários de sucesso que vieram de famílias muito pobres.
Como a dificuldade pode se transformar em algo positivo?
Algumas linhas da psicologia como a Abordagem Sistêmica e a Psicologia Positiva trabalham com o conceito de Resiliência que pode ser definida como a capacidade de renascer da adversidade, fortalecido e com mais recursos internos.
Os estudos sobre o tema mostram que as dificuldades  vividas além de não serem as responsáveis por determinar o sucesso ou o fracasso de alguém podem auxiliar o sujeito a se auto reparar e crescer. Ou seja, há uma potencialidade na adversidade servindo também como um propulsor ao desenvolvimento.
Isso quer dizer que pessoas que passaram por situações difíceis podem, com a experiência, querer uma realidade diferente para si e se esforçar em uma nova direção. Podem também estar mais preparadas para futuros problemas tendo ao alcance um repertório com diferentes formas de enfrentamento das dificuldades ou ainda encontrarem uma carreira de que se orgulhem advinda de uma personalidade construída mediante a uma realidade precária. Para exemplificar, imaginem a situação em que uma filha mais velha precisou cuidar das filhas mais novas para que a mãe pudesse trabalhar fora e sustentar a família. Por conta dessa habilidade de cuidar, desenvolvida por uma necessidade, essa filha cresceu se percebendo assim no mundo e escolheu uma profissão onde o cuidado fosse imprescindível como enfermagem, medicina ou psicologia. Essa habilidade passou a ter um significado importante e foi propulsor para uma vida diferente.
O passado sempre tem pelo menos dois lados: o que te marca com as experiências dolorosas e com as experiências positivas, a questão é como entender o que passou e o que se pode fazer a partir disso.
Todos nós enfrentamos algum tipo de dificuldade na vida, mas é sempre possível reescrever a nossa história e construir um dia a dia mais pleno e feliz.
Fonte: A Caminho da Mudança

domingo, 11 de junho de 2017

Como o autoconhecimento pode nos transformar?

“Aos poucos a pessoa vai direcionando sua vida para um caminho mais feliz e que faça sentido, ao mesmo tempo em que deixa para trás aquilo que não serve mais.”

É comum lermos ou ouvirmos de psicólogos, terapeutas e médicos que o autoconhecimento é importante para a construção de uma vida melhor, com mais qualidade de vida. Perceber com mais consciência quem nós somos, entendermos nossas buscas, nossos medos, nossos desejos, reconhecendo nossos potenciais e fraquezas faz com que fiquemos mais fortalecidos e preparados para lidar com nós mesmos e com o outros. Pode parecer simples, mas não é, o exercício do autoconhecimento é complexo, constante e vale para todos, também, e principalmente, para os psicólogos.

Conheço pessoas que dizem: “Mas eu já sei porque tenho esse comportamento, já entendo na minha historia o que me levou a responder a vida dessa maneira, mas não consigo mudar”.

Entender os motivos é uma parte do autoconhecimento e nos leva a perceber mais claramente algumas situações e comportamentos, mas por si só não gera a mudança. As transformações precisam de tempo, reflexão, vontade, coragem e novas atitudes. Além disso, olhar para si mesmo exige que reconheçamos aspectos nossos desagradáveis ou inimagináveis, e isso não é tarefa fácil porque, muitas vezes, nos faz perceber que o problema que nos incomoda tanto no outro é também nosso.

E o lado bom?

Sim, existe o lado bom! O autoconhecimento exige, além de coragem e paciência, também uma disponibilidade para se colocar como prioridade, mesmo que a pessoa goste e queira ajudar os outros. Quando nos colocamos como prioridade, ganhamos liberdade e autonomia, assim ajudar os outros se torna uma escolha e não o resultado da culpa ou dependência. Ou seja, muitas pessoas ajudam as outras para se livrarem da culpa ou para garantir algo em troca, como uma forma de assegurar amor e atenção. A liberdade e a escolha tornam as coisas mais leves. Os laços de amor são fortalecidos pela confiança, não pela cobrança.

Muitas vezes as nossas decisões e buscas pessoais não são conscientes, acabam sendo mais emocionais do que racionais (mesmo que pensemos ao contrário). Perceber com mais consciência o processo daquilo que estamos buscando e/ou compensando nas nossas relações, nos ajuda a decidir de forma diferente, ao invés de repetirmos atitudes que já não queremos mais. Isso vale em qualquer área da vida. Por exemplo, um profissional que se sente culpado sempre que algo sai errado no trabalho e, para compensar, acaba sobrecarregado de funções e estressado. Não suportando mais essa situação, esse profissional busca ajuda e inicia o caminho do autoconhecimento, e então começa a perceber os motivos dessa sobrecarga recorrente, os ganhos inconscientes que tem com isso, o que está buscando compensar, se isso procede para a situação atual ou não etc. Assim, quando algo sair errado novamente, ele já tem condições de analisar melhor o contexto e a si próprio e fazer um esforço consciente para não escolher absorver a culpa, encontrando uma saída mais satisfatória. Esse é o processo da mudança e do bem estar. Aos poucos a pessoa vai direcionando sua vida para um caminho mais feliz e que tenha sentido, ao mesmo tempo em que deixa para trás aquilo que não serve mais.

Como me conhecer melhor?

No nosso mundo cotidiano, acumulamos cada vez mais obrigações e deveres, somos sobrecarregados com informações, cobranças e vivemos na era da ansiedade. Por isso, é fundamental abrirmos um espaço no nosso dia a dia para nos priorizarmos, um momento de cuidado com a nossa alma, tão massacrada pelas cobranças. Esse espaço pessoal serve para recarregarmos nossas energias, termos um tempo para nos entender e nos respeitar, com paciência, firmeza e muita generosidade.

O autoconhecimento não torna o mundo simplesmente mais fácil. Ele nos fortalece para lidarmos de uma forma mais positiva com o mundo, e à medida que isso acontece vamos ganhando autoconfiança e motivação para continuar.

Para trilhar o caminho do autoconhecimento existem boas opções. A psicoterapia é uma ótima maneira de olhar para si próprio e promover mudanças, mas existe outras formas como a meditação, o coaching e outras alternativas terapêuticas. O importante é estar com um bom profissional e fazer constantemente uma auto reflexão, se a terapia escolhida está trazendo ganhos e mudanças na vida, se nesse caminho está se conhecendo melhor, se sentindo uma pessoa mais completa e realizada.

Fonte: A Caminho da Mudança

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Acredite no seu potencial

long haired woman

A vida é repleta de oportunidades e situações em que precisamos agir ou decidir a respeito de algo que desejamos e, justamente nesses momentos, nos deparamos com os nossos medos e inseguranças. Para seguir em frente e arriscar é preciso acreditar no seu próprio potencial. Porém, percebemos que para algumas pessoas esse processo é muito difícil.
A autoestima pode ser entendida como a forma pela qual nos percebemos e, principalmente, nos aceitamos. Trata-se de uma autoavaliação construída desde a primeira infância e que nos acompanha por toda a vida. É transformada ao longo dos anos, principalmente mediante as nossas vivências e experiências.
Conforme realizamos e conquistamos nossos objetivos, a autoestima tende a se fortalecer e a nos impulsionar. Porém, o contrário também é verdadeiro. Quanto mais acreditamos no fracasso e na impossibilidade de realização, podemos nos sentir mais inseguros e menos capazes.
A vivência e a estimulação familiar apresentam um papel fundamental nessa construção. É importante que os pais invistam afeto e incentivem seus filhos desde o primeiro momento de vida, estimulando-os a exporem suas ideias e a conversarem sobre o que pensam. A criança deve sentir que seus pais acreditam no seu potencial.
O impacto da baixa autoestima
A baixa na autoestima pode afetar a vida de diferentes formas e graus. Há pessoas que, mesmo inseguras e com medo do fracasso, conseguem seguir adiante e realizar seus desejos. Porém, há aqueles que se paralisam frente a um desafio e, com isso, podem ter comprometimentos profissionais, amorosos ou familiares.
Em relação à vida profissional, essa insegurança pode impedir que o sujeito se desenvolva e mostre a sua capacidade plena. Apesar de possuir boas ideias, não se sente seguro para verbaliza-las à chefia ou aplica-las e, com isso, perde boas oportunidades de trabalho e de crescimento profissional.
Na vida amorosa, a pessoa não se considera atraente e nem interessante, por isso, muitas vezes sequer tenta uma aproximação com o outro. Não acredita ser capaz de despertar a atenção de alguém. Dessa forma, se mante sozinha ou não sustenta um relacionamento duradouro, uma vez que o medo da rejeição é muito forte.
Supere-se
Uma pessoa com baixa autoestima pode e deve mudar! Mesmo que o passado tenha trazido experiências negativas, a possibilidade de mudança existe e está sempre presente em suas vidas. Sabemos o quanto é um processo difícil, mas é possível e necessário para conseguir viver mais plenamente.
Para isso, é fundamental o autoconhecimento. É preciso parar para refletir com honestidade como nos sentimos e agimos frente às situações e perceber as armadilhas que preparamos para nos boicotar e “confirmar” a nossa falta de merecimento. A psicoterapia pode ser um grande aliado nesse processo.
Assim, é possível reconstruir uma autoimagem mais justa e positiva, identificando as dificuldades, mas também as inúmeras potencialidades que existem em cada um de nós.
Acredite em você e siga em frente!
Fonte: A Caminho da Mudança

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Quando a ansiedade passa dos limites.

ansiedade


Ansiedade excessiva causa falta de ar, inquietação, palpitação. Sintomas cada vez mais frequentes nos consultórios psicológicos e médicos.
A maior parte das pessoas que sentem intensamente esses sintomas, buscam a emergência médica na busca de uma resposta para a pergunta: “ O que está acontecendo comigo? ”. Só que apesar dos sintomas físicos, nem sempre essa resposta se apresenta nos exames de saúde.
A ansiedade e o estresse têm a função positiva de colocar o nosso corpo em estado de alerta para enfrentar ou fugir de uma situação ameaçadora. Porém, hoje em dia vivemos constantemente na expectativa que algo ruim pode nos acontecer e, por isso, a necessidade de precaução sempre. Isso quer dizer que colocamos o nosso mecanismo biológico de alerta em ação o tempo inteiro, independentemente de uma ameaça real estar acontecendo. O resultado é um número cada vez maior de pessoas que não conseguem desconectar, relaxar, dormir adequadamente e se sentem esgotados na maior parte do tempo.
O que nos leva a esse estado?
São vários os fatores externos e internos que, associados, podem nos levar a uma condição de desequilíbrio. Um fator que contribui para esse estado de alerta constante é a quantidade de informações que consumimos diariamente. Estamos sempre lendo notícias e textos rápidos, seja na rede social, na televisão, nas revistas, etc. Muitas dessas informações nos passam situações problemáticas e a mensagem do quanto precisamos ficar alertas para não sermos assaltados, para evitarmos acidentes conosco e com quem amamos, para garantir o emprego e a promoção desejada, etc. Claro que a informação pode nos ajudar, mas absorver todas essas mensagens sem questionar, reforça a ideia de que precisamos estar alertas e no controle o tempo todo para garantirmos a nossa segurança e o sucesso naquilo que desejamos.
Além disso, alguns aspectos psicológicos podem reforçar o comportamento de que é fundamental estar sempre alerta, por isso é importante pensarmos em como nós fomos aprendendo a lidar com as ameaças durante a vida. Desde pequenos passamos por situações desafiadoras, e se, repetidamente, nos sentíamos desprotegidos, pelos nossos pais ou cuidadores, isso nos marcou e contribuiu para formarmos uma ideia inconsciente de que precisamos nos manter alertas constantemente para garantir a nossa segurança e a segurança das pessoas que amamos.
Sem dúvida, esses comportamentos já nos ajudaram em muitas situações, e é por isso que internalizamos tão fortemente, mas é importante se fazer a pergunta: e hoje? Isso me ajuda de fato ou me atrapalha? Essas crenças cristalizadas ao longo da vida acabam nos deixando inseguros e dando a falsa ideia de que se controlarmos tudo podemos finalmente garantir a tranquilidade e descansar. O que acontece, porém, é que a nossa mente acaba se programando não para o que pode dar certo, mas, exclusivamente para tudo que pode dar errado, afim de nos preparar para as possíveis dificuldades. Calculamos tudo, “ e se o transito estiver ruim e eu me atrasar para a reunião? ”. “E se eu não conseguir falar nada na minha apresentação? ”. ”E se o avião não decolar? ”. São tantas as possibilidades negativas, que nos conectamos só com os problemas e o nosso corpo reage, numa tentativa de nos alertar e nos ajudar a equilibrar melhor os pensamentos e sentimentos.
Como lidar com isso?
Há vários caminhos para lidarmos melhor com as situações de estresse, e todas passam pelo autoconhecimento. Saber o que dispara o estresse em nós é parte da solução. A psicoterapia associada a atividades de relaxamento e meditação é um ótimo caminho.
Além disso, é preciso desconstruir algumas ideias cristalizadas em nós, como aprender a confiar na vida e aceitar que ela vai seguir seu curso, quer estejamos no controle total ou não. Isso quer dizer que é fundamental fazermos a nossa parte, mas que ela não é garantia plena do sucesso, outros fatores podem interferir nos nossos planos e mudar o curso da vida, e é importante pensar a respeito, aceitar e perceber se há algo a aprender com isso. Outra mudança importante é voltar o olhar para aquilo que também dá certo e muitas vezes de uma forma inesperada, reconhecendo os pequenos gestos que acontecem diariamente. Uma gentileza de alguém desconhecido, um telefonema de um amigo distante, um elogio, pequenas coisas que podem tornar o nosso dia mais agradável.  Reconhecer que o cotidiano também tem o seu lado bom, torna a vida mais leve e nos ajuda a confiar e descansar um pouco das nossas angústias, renovando a fé e o nosso bem-estar.
Fonte: A Caminho da Mudança