quinta-feira, 31 de março de 2016

Falando de disciplina e limites para os filhos


Quantas vezes no cotidiano do meu trabalho, seja no consultório ou até mesmo nas escolas, ouço alguns pais ou algumas mães me dizerem, quase em desespero: "Não sei mais o que fazer com o meu filho!" ou " Não tenho mais o que fazer com esse menino!". O que está acontecendo com as famílias atualmente? Por que é tão difícil fazer o filho respeitar os limites e as regras de casa e dos outros espaços de convivência?

Hoje uma das soluções buscadas pelas famílias são as escolas de tempo integral. Muitas vezes colocam os filhos nessas escolas por terem esgotados as formas de educar os filhos. As dificuldades são as mais diversas, desde as do tipo: "Não consigo fazer ele comer!" até "Ele está agressivo comigo!"

Muitos filhos realmente demandam mais atenção dos pais e exigem deles uma atenção maior. Independente de serem um adolescente rebelde ou uma criança de 5 anos que grita e exige. Muitas famílias sofrem com filhos difíceis ou de temperamento forte que deixam os pais sem saber como agir. Conversas, castigos e até mesmo ameaças não o afetam, até potencializam a situação.

Quando se tem um filho difícil, a tendência é focar essa criança, mas para entender o que está acontecendo precisamos pensar na família toda. As relações e eventos emocionais em casa afetam todos os membros da casa, então precisamos focar o grupo. Algumas crianças têm personalidades mais fortes ou uma predisposição genética e se comportar de certa forma. O comportamento das crianças pode ser visto como um termômetro de algo que pode estar acontecendo na família. Todos podem estar contribuindo para esse comportamento.

As crianças agem de acordo com seus sentimentos e suas emoções. Pense, por exemplo, que se seu filho se sente agredido, pode agredir; se sente-se irritado, irrita; se sente-se atacado, ataca. E assim por diante...

Muito possivelmente, o filho “problemático” simplesmente é o mais sensível a estas emoções. Quanto mais você focarmos o filho “problemático”, mais ansiedade estamos transmitindo para ele ou ela. A tendência é a situação escalar ao invés de melhorar.

Uma criança ansiosa somatiza sentimentos que refletem em comportamento, aprendizado, hiperatividade etc. Assim entramos em um ciclo muito difícil de ser interrompido.

Mas como interromper esse ciclo?

O efeito avalanche que a ansiedade e irritabilidade geram em casa é bastante obvio, se o enxergamos.

O primeiro passo é parar e procurar entender o que esta acontecendo. Tirar o foco do filho “problemático”.

Precisamos fazer perguntas difíceis como “Como estou eu?“, “Como está o relacionamento entre os adultos em casa?”, “Como o meu comportamento e estado emocional podem estar afetando meus filhos?”. Estas reflexões podem clarear a situação e apontar para o verdadeiro problema.

Evite controlar o seu filho e procure entender com empatia por que seu filho (ou filha) “problemático” está exibindo sintomas. Não estou sugerindo que nossos filhos não devam se responsabilizar pelo seus atos, mas devemos entender que é nosso dever, como pais, guiar os filhos a ter um comportamento melhor e não impor isso.

Reflita:

  •  Porque não estou sendo mais firme? Será que estou tentando evitar birra nos filhos para não irritar o pai? Será que não quero que me filho sinta raiva de mim?
  •  A minha atitude esta assegurando o melhor a longo prazo ou estou tentando simplesmente evitar desconforto no momento?
  • Será que estou castigando o meu filho para que me sinta no controle e, assim, alivie meu estresse? O castigo é adequando ou simplesmente estou me “livrando do problema”?
  • Será que posso discutir de forma aberta com meu esposo/esposa? Ou evito conversar sobre os filhos porque não quero gerar mais conflitos em casa?
Sugestões:

- Cuide de si mesma: Se você não está bem emocional e fisicamente, seus filhos irão ter a responsabilidade de te fazer sentir bem.
Preste atenção aos seus relacionamentos. Em vez de sentir-se irritada e chateada, converse de forma sincera. Resolva seus conflitos para não passar ansiedade para os filhos.
- Observe.
Observe seus relacionamentos, pensamentos, palavras, emoções e comportamentos. Considere como a dinâmica da família pode estar afetando seus filhos.
- Tenha limites e consequências.
Você precisa ser consistente com as regras e as consequências. Não trate os filhos com raiva ou ansiedade. Tenha como objetivo orientar e educar.
- Reconheça sua própria contribuição ao problema.
Comece com você e vamos partir daí, afinal quem exerce controle da sua vida e da vida dos filhos é você, não eles. Preste atenção ao ciclo emocional da sua família e como você pode contribuir de forma objetiva.
São reflexões difíceis, com certeza. Não é algo que consertamos de um momento para o outro mas criar e educar os nossos filhos para serem adultos educados, responsáveis e gentis não poderia ser fácil. Mas o esforço é válido.

sexta-feira, 18 de março de 2016

O que seria a Normose?



Já se perguntou alguma vez se é normal ser normal?
"A humanidade pode estar sendo acometida por uma epidemia global: a normose, uma obsessão doentia por ser normal"

Hoje vamos refletir sobre esse conceito através da matéria da revista Super Interessante que nos chama atenção para esse conceito que parece contraditório, mas nos ajuda a entender a sociedade contemporânea. Particularmente acredito ser um tema pra se analisar nos momentos atuais que estamos vivenciando.
Acesse o link abaixo:

http://super.abril.com.br/ciencia/a-doenca-de-ser-normal

quarta-feira, 16 de março de 2016

Exercer a liderança em tempos de crise!



Nos deparamos com escassez de pessoas com liderança atualmente. 
Trago hoje aqui uma rápida reflexão sobre a posição do verdadeiro líder, como ponto de partida para estudos sobre esse tema: Liderança.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Como a Neurolinguística pode ajudar a superar o medo de avião


Nós não nascemos com medos. Percebemos isso quando observamos uma criança bem pequena explorando o mundo ao seu redor. Ela arrisca-se colocando o dedo em tomadas, debruçando-se em janelas altas, etc. sem se dar conta dos perigos que estão lhe cercando.
Sabemos que o medo natural é que nos preserva de corrermos riscos desnecessários e por isso ele não deve ser eliminado, pois não ter medo de nada pode ameaçar nossa integridade. Contudo o medo excessivo pode limitar nossa vida e nos impedir de realizar coisas que nos traria grande prazer.
Os medos podem ser tratados  de diversas formas e não significa sinal de fraqueza pedir ajuda para superar os medos ou qualquer situação emocional que nos limita de realizar nossas ações. O medo de avião, por exemplo, ou o medo de "voar" ficou mais comum diante dos acidentes no Brasil e no mundo. Em algumas pessoas, esse medo provoca um prejuízo na vida social, pessoal, profissional, etc.
Existe uma forma de tratar esse medo, de forma eficaz que é através da Programação Neurolinguística, a PNL. Não se deve imaginar erroneamente que a PNL seja uma "lavagem cerebral", como algumas pessoas temem. a PNL é o resultado do estudo científico do funcionamento da mente, da estrutura do comportamento humano. A partir desses estudos nasceram técnicas e procedimentos de trabalho que são utilizados e ajudam muitas pessoas a livrarem-se dos medos excessivos. Assim, com a PNL você vai escolher como agir, mesmo diante de situações que podem te paralisar.
O medo surge, segundo a PNL, a partir de uma representação interna, uma espécie de história criada a partir de um fato. A pessoa não reage ao fato por si ó, mas ao que este fato representa. Assim, não se tem medo do avião em si, mas do que ele pode representar na mente da pessoa.Essas representações internas também podem ser geradas a partir de experiências pessoais vivenciadas como turbulências, mau tempo ou até mesmo ter se submetido a um pouso de emergência.
A maioria das fobias se instalam em situações específicas que pareciam internamento realmente perigosas. É o que chamamos aprendizagem rápida. Contudo, assim como seu cérebro cria uma fobia rapidamente, ele também pode desfazê-la com a mesma rapidez. Existe um pressuposto na PNL que afirma que todo comportamento tem uma intenção positiva e isso é levado em conta para a mudança. Sendo assim, a PNL, através de suas técnicas, atualiza as informações da mente para que possa preservar de forma mais eficiente as suas emoções. Uma dessas estratégias  chama-se "Cura rápida de Fobia". O processo de mudança se dá de forma rápida, pois se trabalha com as imagens do comportamento fóbico de forma dissociada.
Outra forma de mudar é reeditar aquela historinha criada para a situação. Lembre-se que você pode criá-la com todas as sensações desagradáveis, então também deve acreditar que é capaz de produzir uma outra história incluindo elementos que desenvolvam emoções mais agradáveis.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Como lidar com a briga entre irmãos?

Imagem meramente ilustrativa

As brigas entre irmãos são situações naturais, pois eles estão sempre disputando seu espaço, por isso se tornam tão frequentes. Isso ocorre também por eles terem diferentes personalidades e opiniões. Mas como os pais podem lidar com essa situação, sem se tornar injusto ou aumentar os transtornos. Trago aqui alguns pontos para refletir e ajudar aos adultos a transpor essa "batalha" sem muitos prejuízos:

  • CALMA! Primeiro é necessário manter a calma. A sua calma deverá ajudar seus filhos a aprenderem a lidar com os sentimento envolvidos no momento, como raiva e frustração. Então não aumente a voz e tente não perder o controle;
  • EVITE TOMAR PARTIDO: Não defenda um ou outro. Até que se acalmem você deve tratar os seus filhos da mesma forma, não dá razão a um ou a outro. Nesse momento não adianta saber quem começou;
  • EDUCAÇÃO: Procure demonstrar educação, uma postura de civilidade. Tente nessa hora explicar as regras de como devem tratar-se, coisas como respeito, carinho, etc. E se for necessário, espere que eles se acalmem;
  • REGRAS: As regras de convivência devem estar bem estabelecidas anteriormente e no momento da intervenção a desobediência à essas regras não deve ser admitida. 
  • NEGOCIAÇÃO: Ensine os seus filhos a negociarem e resolverem seus próprios conflitos, principalmente se gostam de brincarem juntos. Seu dever é ensiná-los. Como crianças, muitas vezes não sabem resolver, por isso precisamos, como adultos, dar esse apoio conversando;
  • TEMPO: Se eles estiverem muito chateados, precisam de um tempo separados até que esse sentimento se dissipe. Ouçam os envolvidos juntos, se possível. Não só um lado e depois outro. 
  • ACALENTO: Se um dos dois está machucado, você precisa acalentá-lo. Nunca deve apontar o outro como culpado do machucado, não é o momento, só depois que deve conversar e fazê-lo refletir sobre a atitude.
  • DIÁLOGO: Conversar com calma é sempre importante. Também nesse momento estarão refletindo e aprendendo sobre a empatia.
Por mais ocupados que estejamos, devemos dar atenção a essas situações, pois eles precisam ser educados e preparados para outras situações. Com insistência, carinho e diálogo conseguimos trazer o clima de paz para casa.

terça-feira, 8 de março de 2016

segunda-feira, 7 de março de 2016

Sobre o autoconhecimento

Imagem meramente ilustrativa

O Ser humano vem utilizando muito sua inteligência para adquirir conhecimento nas áreas tecnológicas, industriais, econômicas, etc. É claro que vivemos, hoje, a era do conhecimento e que isso se dá pela competência do Homem. É inegável a importância do conhecimento e que a humanidade precisa dele. Contudo o que percebemos é que essa humanidade passou a ser escrava desse conhecimento em detrimento do conhecimento de si mesmo.
Quando perguntamos a alguém quais as coisas importantes em sua vida, essa pessoa certamente citará o bem estar da família, o progresso no trabalho, e nunca destaca seus ideais, sonhos, metas, etc. Muitas vezes percebemos que as pessoas estão tão distantes de si mesmos que desconhecem o que lhe traz bem estar.
É muito comum encontrarmos pessoas acomodadas esperando que as pessoas as amem, respeitem, considerem, a façam felizes. Na maioria das vezes essas pessoas até se desdobram para alcançarem o reconhecimento das pessoas e esquecem que precisam começar a buscar o próprio reconhecimento.
É importante sabermos que tudo se inicia dentro de nós. Eu preciso ter amor por mim, reconhecer minhas necessidades, respeitar a mim mesma, além de alimentar o combustível que gerará felicidade e o que eu posso atrair para mim.
Só que para atender as minhas necessidades e me trazer bem estar eu preciso me conhecer. Sabemos que a humanidade sempre foi orientada pela educação formal, pela política, pela religião e agora, desde o último século, pela mídia. Essas entidades são grandes formadoras de caráter e orientam segundo seus interesses.
Contudo, embora o ser humano precise da comunidade para desenvolver-se, ele tem a liberdade de pensar por si mesmo. E por isso, o ser humano tem necessidades exclusivas que só podem ser atendidas por ele mesmo. Quando usamos o autoconhecimento como instrumento de vida, nos capacitamos da mesma maneira que todo e qualquer conhecimento formal nos capacita. Apenas para algo muito maior, a evolução de si mesmo.
E qual o benefício do autoconhecimento? Para descobrirmos esse benefício temos que compreender a necessidade e o desejo. As necessidades são orgânicas, então não iremos a lugar nenhum sem que saibamos suprir as necessidades que são: segurança, proteção, aceitação, amor, pertencimento, autorrealização. Então, atender as necessidades é a condição ideal para se ter qualidade de vida e bem-estar.
Os desejos são um pouco mais aprimorados. Ter o último modelo do smartphone do momento é um desejo. Afinal, quanto mais conforto melhor. E conforto, não é uma necessidade? Aí é que está, os desejos também atendem apenas necessidades. O problema é que muitos desejos não atendem as nossas necessidades reais. E isso ocorre quando não sabemos as nossas necessidades reais. 
Por que os desejos estão, atualmente, tão distantes das necessidades reais? Isso ocorre muitas vezes porque as pessoas não se conhecem ou reconhecem. E passam boa parte de sua vida inventando desejos que acreditam que irão preencher o vazio que existe dentro de si mesmo. Somente com o autoconhecimento é que você identificará a linha tênue entre necessidade e desejo. E piora a situação quando depositamos no outro a responsabilidade de identificar nossas necessidades. Essa resposta não está no outro, está em nós mesmos.
O autoconhecimento é isso, a solução para essa questão. Que levará você a saber o que necessita, o que deseja e a diferença entre um e outro. Mas, não é só isso. O autoconhecimento proporciona a evolução em todos os sentidos. É a chave para todo e qualquer tipo de benefício que você possa querer, mesmo que seja o último modelo de smartphone do momento.


sexta-feira, 4 de março de 2016

Dica de filme: Geração Prozac


Geração Prozac
2001 ‧ Drama ‧ 1h 39m
Prozac Nation é um filme estadunidense de 2001, do género drama, dirigido por Erik Skjoldbjaerg. Wikipédia

Data de lançamento: 8 de setembro de 2001 (mundial)
Direção: Erik Skjoldbjærg
Música composta por: Nathan Larson
Autora: Elizabeth Wurtzel
Roteiro: Galt Niederhoffer, Frank Deasy, Larry Gross

Sinopse:

Elizabeth Wurtzel (Christina Ricci) é uma brilhante estudante, que tem planos de estudar Jornalismo na conceituada universidade de Harvard. Entretanto problemas familiares fazem com que Elizabeth entre em profunda depressão, o que coloca seus planos em risco. Aos poucos suas noites de trabalho, sempre regadas a drogas, e sua instabilidade emocional a afastam de Ruby (Michelle Williams), sua melhor amiga, e também de seu namorado. Decidida a procurar ajuda profissional, Elizabeth marca uma consulta com a Dra. Diana Sterling (Anne Heche), que lhe receita o antidepressivo Prozac.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Já ouviu falar em conexão mental? Pesquisa mostra a base fisiológica dos Neurônios espelho



Os neurônios espelho são células ativadas durante a execução e observação de uma ação específica. Estão associados a diversos comportamentos e habilidades, desde a empatia, a aprendizagem por imitação e até em alguns tipos de desordens como o autismo.

Os neurônios espelho foram identificados no cérebro de macacos por uma equipe de pesquisadores italianos durante uma série de experimentos realizados na década de 1990.

Os pesquisadores, que estavam estudando como o cérebro controla o movimento da mão e boca, implantaram micro eletrodos no cérebro dos primatas para monitorar a atividade das células individuais, enquanto os animais pegavam pedaços de comida e levavam até a boca. Estas experiências revelaram que a atividade de determinadas células aumentava quando os macacos realizavam esta ação.

As células em questão se encontram no córtex pré-motor, uma parte do cérebro envolvida no planejamento e execução dos movimentos, deste modo a descoberta não foi nem um pouco surpreendente.

Mas os pesquisadores descobriram, por acaso, que algumas destas mesmas células foram fracamente ativadas quando os animais foram limitados a observar os pesquisadores colocarem comida em suas próprias bocas, e se ativaram mais fortemente quando viram outros macacos executando a mesma ação.

Mais tarde, a mesma equipe de pesquisa identificou que os neurônios espelho estavam presentes em várias outras regiões do cérebro dos primatas. Eles também identificaram células que disparavam quando o macaco observava uma ação, e também quando ouvia um som associado a ela.

Mas o que tudo isso significa? O papel preciso do sistema de neurônios espelho em macacos ainda não é conhecido, mas os pesquisadores que fizeram essa descoberta acreditam que este executa duas funções:

Em primeiro lugar, ele estaria envolvido na compreensão das ações dos outros. A observação de uma ação ativa os neurônios espelho para gerar uma representação dela, transformando a informação visual em conhecimento da intenção das ações dos outros. (Não deve ser confundida com a popular Teoria da Mente). A segunda função consiste em imitar ou aprender a executar uma ação observando outro.

Portanto percebemos a importância dos Neurônios espelho para a aprendizagem e o quanto nossas ações diante do outro tem grande relevância.

FONTE: Esta matéria pode ser encontrada no endereço abaixo, ela foi adaptada por Graça Leal para divulgação neste blog:
www.psiconlinews.com

terça-feira, 1 de março de 2016

O Cérebro inventivo





Estudos mostram que podemos aumentar a performance criadora da mente humana se usarmos alguns artifícios que geram condições para o processamento mental expansivo


A criatividade não é algo restrito a algumas atividades humanas, algo que somente os artistas necessitam. Todos nós precisamos dela em algum momento, seja em casa, nas relações humanas ou no trabalho. Nos EUA , por exemplo, cerca de um terço da população economicamente ativa pertence à classe criativa. A inventividade está presente no cotidiano da atividade profissional de designers, escritores e artistas, mas também no trabalho de advogados, profissionais de saúde, pessoas de negócios e todos aqueles que usam um corpo existente de conhecimento para alcançar soluções criativas.

A criatividade é um verdadeiro patrimônio, e embora seja um traço altamente desejável, exibe um lado negro, pouco conhecido. Pesquisas associam o traço de criatividade à maior probabilidade dos indivíduos serem mentirosos, arrogantes, descrentes, desonestos e excêntricos. No entanto, trata-se de uma pequena inclinação estatística, uma pesquisa de correlação que deve ser entendida em seu significado, mostrando que existem traços associados, não tão desejáveis. Talvez esses traços se nutram de inventividade e, nesse sentido, a criatividade pode ajudar a expressá-los.

Apesar dessa associação com elementos negativos, a criatividade é tremendamente importante na vida e é possível aumentá-la. As pesquisas em neurociências têm identificado formas de estimular nosso potencial criativo. Vejamos quais as dicas para turbinar a inventividade.

O cérebro se torna mais criativo usando contrafactuais. Um contrafactual é algo que poderia ter acontecido, mas que não aconteceu. O uso de contrafactuais pode dobrar a criatividade! Se for um problema analítico, usar um contrafactual que retire algo da situação, ou seja, imaginar uma situação que simplifique ou reduza o número de variáveis. No caso de um problema expansivo, pensar sobre o que poderia ser adicionada a situação.

Uma estratégia frequentemente utilizada para a resolução de problemas atuais é focar em uma situação problemática parecida mais antiga, e aplicar a mesma solução adotada na época, ou algo similar. No entanto, é um fato bem comum as pessoas não lembrarem de suas soluções anteriores. É por isto que considerando dois problemas, mais do que somente um, aumenta a chance de lembrar de uma solução antiga que resolva o problema atual.

Outro turbinador do pensamento criativo pode ser o ato de escrever usando verbos mais genéricos. A performance aumenta mais de 100%. Melhora a criatividade quando descrevemos os problemas em termos mais genéricos.

A maneira de formular o problema faz diferença, pois recodificar um problema usando sinônimos e taxionomia (uma forma de classificação) de categorias pode ajudar. Analisando o problema e avaliar diferentes meios de representá-lo é uma estratégia importante, que envolve acessar a estrutura subjacente ao problema, para conseguir finalmente achar uma solução.

É possível turbinar a capacidade criativa usando o conhecimento científico das neurociências

Tendemos a pensar que enquanto as pessoas estão argumentando, se tornam pouco criativas e com as mentes mais fechadas. No entanto, pesquisas mostraram que as pessoas engajadas em um conflito geram mais jeitos originais de argumentar. Estar em conflito social parece dar as pessoas um intenso foco motivado.

Uma investigação revelou que os participantes de um experimento, quando eram preparados previamente com pensamentos de amor, se tornaram mais criativos. Já quando eram estimulados com pensamentos envolvendo desejo carnal, logo se tornaram menos criativos e mais analíticos. De fato, o amor tem sido identificado como mecanismo criativo, os psicólogos sugeriram um mecanismo cognitivo particular, o amor sinaliza perspectiva e influencia pensamentos de longo prazo, então nossa mente se amplia e raciocinamos de forma mais abstrata e analogicamente. O sexo já leva ao presente e a um estilo de pensamento concreto, analítico. Para aumentar a criatividade, a analogia e a abstração são preferidos ao pensamento concreto.

Sempre escutamos sobre os benefícios de incubar as idéias para aumentar a criatividade, o que seria deixar de lado a ruminação consciente durante algum tempo, de forma a delegar ao processamento mental inconsciente a procura de soluções. No entanto, a pesquisa revelou benefícios moderados para os períodos de incubação. O problema com a criatividade inconsciente é que ela tende a permanecer inconsciente. O benefício de esperar ou incubar pode estar relacionado a permitir tempo para esquecer as ideias iniciais ruins, e se mover para idéias melhores. A incubação somente funciona bem se o inconsciente tem informação para incubar, se já temos experiência acumulada para processar na procura de soluções.

Finalmente, uma ultima técnica é quebrar a rotina e fazer coisas diferentes e novas, como viajar para outro país e aprender outra língua. Pesquisadores descobriram que pessoas que tem vivido fora de seu país, por exemplo, tem melhor desempenho em uma faixa de tarefas criativas. Mesmo no cotidiano, tomar um caminho diferente para o trabalho pode ser inspirador e semear nosso cérebro com o lampejo da inventividade. Quebrar a rotina pode ajudar a mudar um ponto de vista e nossos velhos paradigmas sobre o mundo, contribuindo para adotar novas ideias e soluções criativas.

Fonte: www.psiquecienciaevida.uol.com.br