domingo, 6 de dezembro de 2015

PESQUISA AFIRMA QUE EXERCÍCIOS FÍSICOS CONTRIBUEM PARA A SAÚDE DOS NEURÔNIOS DOS IDOSOS

Realizado em parceria da UFSCar e Unesp, estudo venceu o Prêmio Saúde 2015 na categoria Saúde e Atividade Física.

Foto meramente ilustrativa

Exercícios físicos podem evitar o processo de inflamação e degeneração cerebral em idosos. É o que afirma uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). O estudo foi vencedor do Prêmio SAÚDE, uma iniciativa da revista SAÚDE, publicada pela Editora Abril, que aborda temas como medicina, nutrição e bem-estar e relaciona a prática de exercícios físicos em idosos com a redução de marcadores que indicam o comprometimento cognitivo leve, caracterizado, principalmente, pelo declínio das funções de memória. 

Segundo Carla Manuela Crispim Nascimento, pesquisadora responsável e uma das autoras do estudo, o comprometimento cognitivo leve se trata de uma condição que frequentemente precede o aparecimento de doenças neurodegenerativas como, por exemplo, a doença de Alzheimer. “É caracterizado principalmente pelo declínio de funções como a memória, à medida que envelhecemos”, explica Nascimento que, atualmente, é pós-doutoranda do Programa Interinstitucional de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PIPGCF Unesp/UFSCar).

Ela afirma que estudos já mostraram que algumas substâncias funcionam como marcadores desse processo e estão diretamente associadas à formação, no cérebro, de placas amilóides – depósitos que causam inflamações e prejudicam os neurônios, aumentando em até quatro vezes o risco da doença de Alzheimer. "Também existem fatores genéticos que, quando associados ao estilo de vida, podem aumentar o risco do processo neurodegenerativo", complementa. 

Com o objetivo de medir a capacidade de exercícios físicos de alterar a concentração de proteínas inflamatórias e aumentar substâncias neurotróficas, que são aliadas da saúde neuronal, em idosos, o estudo realizou um programa de 16 semanas. Os idosos foram distribuídos em quatro grupos, de acordo com a presença ou não de comprometimento cognitivo e levando em conta o hábito de praticarem ou não exercício físico. 

Após os quatro meses, as avaliações mostraram que, independentemente da genotipagem, todos os indivíduos que se tornaram fisicamente ativos foram beneficiados pelos 180 minutos semanais de atividades distribuídos em três sessões. “Inclusive aqueles que já apresentavam a condição que poderia marcar o início de um processo neurodegenerativo tiveram uma melhora significativa das funções. Em outras palavras, é como se o exercício ajudasse a pisar no breque nesse processo de inflamação e degeneração cerebral, ajudando na produção de substâncias que trabalham a favor da saúde mental”, afirma a pesquisadora. 

Parceria
O projeto “A influência de marcadores genéticos específicos sobre os efeitos do exercício físico na inflamação e no neurotrofismo em idosos com comprometimento cognitivo leve” foi desenvolvido entre 2010 e 2014 como parte da tese de doutorado da pesquisadora responsável junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade da Unesp, Campus de Rio Claro, em parceria com o Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar. 

Além de Nascimento, as autoras do projeto vencedor que atuam na UFSCar são Marcia Regina Cominetti, docente do DGero e do PIPGCF, e Larissa Pires de Andrade, professora do Departamento de Fisioterapia (DFisio) e vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt). 

Também são autores Jessica Rodrigues Pereira, aluna de doutorado em Ciências da Motricidade da Unesp; Orestes Vicente Forlenza, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo (FMUSP) e pesquisador no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da FMUSP; e Florindo Stella, docente do Departamento de Educação e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade da Unesp. 

O projeto vencedor concorreu na categoria Saúde e Atividade Física, que contempla desde estudos em fase clínica até campanhas de prevenção, realizados por cientistas e profissionais de todas as áreas da saúde. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 25 de novembro, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Fonte: http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,806568,Exercicios_fisicos_contribuem_para_saude_dos_neuronios_em_idosos_afirma_pesquisa,806568,13.htm

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