Atualmente a
depressão tem chamado a atenção das pessoas de maneira geral, contudo será que
sabemos diferenciar uma simples tristeza de uma depressão propriamente dita?
A tristeza se
instala, na maioria das vezes, devido a vivência de experiências dolorosas,
frustrações, infelicidade, estresse, como por exemplo uma perda familiar, um
divórcio, a perda de um emprego, uma doença grave ou outras situações que nos
exigem um tempo para compreender e superar. A depressão é resultado da
interação entre vários fatores que são: genética, mudanças neurobiológicas e
causas ambientais.
O conselheiro da
Sociedade Espanhola de Psiquiatria, Luis Caballero, nos explica que “A tristeza
é uma emoção básica, que experimentamos por causa de situações negativas:
quando morre uma pessoa querida, quando expectativas pessoais são frustradas… É
como o medo, a raiva, o nojo”, etc. E ele continua: “Por
outro lado, a depressão é uma doença, no sentido psiquiátrico, em que há
uma tristeza patológica que é intensa e mais duradoura, associada a outros
sintomas. São eles a anedonia (incapacidade de sentir prazer), a abulia (notável
falta de energia), a perda de peso e apetite, os transtornos do sono, a fadiga,
as dificuldades de concentração, o sentimento de culpa reiterado, a preocupação
excessiva com a saúde e as fantasias suicidas”.
A depressão também
pode surgir sem uma causa externa que a justifique. “Pode aparecer numa vida normal,
sem que a pessoa passe por situações estressantes”, explica Caballero.
Um aspecto que
diferencia a tristeza da depressão é a duração. O estado de ânimo depressivo,
com perda de interesse e esgotamento, dura pelo menos duas semanas.
As mudanças
químicas do organismo influem no estado de ânimo, e em alguns casos os
processos associados ao pensamento e a fatores biológicos contribuem para a
depressão. Dependendo da intensidade, trata-se de um transtorno que pode afetar
o funcionamento familiar e social da pessoa que o sofre.
Sendo assim, parece
que temos uma banalização da palavra depressão, pois é confundida com outros
problemas de saúde mental, como o transtorno adaptativo que é um processo de
tristeza que dura uns seis meses e que apresenta sintomas depressivos, mas não
é realmente uma depressão, como acontece com a tristeza que sentimos ao perder
um trabalho ou um ser querido.
Predisposição genética
Pode haver quadros
mistos de ansiedade e depressão em pessoas predispostas, porque a depressão
sempre se produz pela interação de vários fatores, genéticos e externos. O
fator genético deixa uma pessoa vulnerável perante situações adversas. Existe
também a depressão endógena, em que o componente biológico e genético pesa
tanto que o transtorno pode se tornar crônico e mais profundo.
Outra diferença em
relação à tristeza são os sinais orgânicos. Segundo Caballero, a doença às vezes
fica mascarada por sintomas que são a ponta do iceberg. De fato, há ocasiões em
que, por engano, “trata-se um quadro de perda de peso, fadiga crônica ou cólon
irritável, mas não se aborda a depressão, que é o problema de fundo”, alerta o
médico.
Identificar as
causas que conduzem à depressão é o primeiro passo para tratá-la, com ajuda
profissional e a esperança de uma luz no fim do túnel. Quando o inimigo é a tristeza, há estratégias mais simples,
como ligar para um amigo quando bater aquele desânimo numa tarde de domingo.
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