sábado, 27 de fevereiro de 2016

Uma simples timidez ou Fobia Social?

As pessoas podem apresentar timidez, em maior ou menor grau, principalmente em ambientes novos, desconhecidos e com de pessoas estranhas. Encontros sociais, falar em público e começar em novo emprego, por exemplo, são situações em que a timidez costuma falar mais alto naturalmente. Apesar de ser normal sentir-se ansioso e inseguro em lugares e situações como essas, a tendência é que as pessoas vão se familiarizando com o local e, aos poucos, integrando-se com outras pessoas e fazendo novas amizades.
No entanto, há quem evite essas interações sociais ao máximo. São pessoas que ficam apavoradas com a ideia de ir a uma festa ou a qualquer outro evento social, pessoas que, de tanto medo que sentem, muitas vezes chegam ao ponto de evitar todo e qualquer tipo de contato social. Esse comportamento é característico de um distúrbio conhecido popularmente como fobia social, ou transtorno da ansiedade social.
Na fobia social a pessoa se sente ansiosa em "situações sociais", quando poderia se sentir observada pelos outros. A pessoa fica insegura, temendo pelo seu desempenho e preocupada com o que poderão pensar dela naquele estado. O grau de ansiedade pode ser muito intenso, podendo chegar a uma crise aguda de ansiedade.
As situações sociais temidas podem ser variadas, como escrever na frente dos outros, falar em público, comer em locais públicos, entrar em lugares cheios, ir a um evento social, fazer uma entrevista de emprego, encontrar um conhecido etc.
A fobia social pode ser classificada em dois subtipos. Um subtipo denominado generalizado, na qual a pessoa teme quase todas as situações sociais: conversar, namorar, sair em lugares públicos, falar, comer, escrever em público, etc. E um subtipo denominado não generalizado, ou restrito, no qual a pessoa teme uma ou poucas situações sociais específicas.
Durante a situação social a ansiedade tende a persistir levando a pessoa a enfrentar níveis altos de sofrimento. Quando sai da situação, a ansiedade tende a diminuir significativamente, o que reforça tendências de fuga e evitação de novas situações. 

A própria expectativa de ter que enfrentar situações sociais já pode ativar ansiedade, levando a pessoa a evitar estas situações temidas. Este comportamento de evitação pode ir limitando significativamente a vida da pessoa.

A fobia social se diferencia da timidez comum: 
·         Pelo grau de intensidade da ansiedade gerada antes e durante a situação social, e 
·         Pelo grau de prejuízos que traz à vida da pessoa, com comprometimentos que alcançam a esfera profissional, escolar e social. 

Por esta razão é também chamada de "timidez patológica".

Pelo caráter pouco conhecido deste transtorno, muitas pessoas só procuram ajuda quando seu quadro está associado a outros problemas. A fobia social tende a abalar a auto-estima da pessoa e pode contribuir para o desenvolvimento de depressão, abuso de álcool e drogas e outros quadros ansiosos.
A Fobia Social é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um transtorno psicológico. As pesquisas indicam que entre 4 e 12% de pessoas vão apresentar transtorno de ansiedade social em algum momento de suas vidas.

SINTOMAS
Os sintomas de ansiedade podem incluir palpitações, falta de ar, tontura, sensação de desmaio, enrubescimento, suor, embaçamento da visão etc.

Os sintomas situacionais podem variar como por exemplo, tremer e não conseguir escrever, gaguejar, travar a garganta e não conseguir engolir, sentir vontade de ir ao banheiro, dar um branco e não lembrar de algo importante, etc. Estas reações produzem forte insegurança, levando a pessoa a duvidar de sua capacidade de conseguir desempenhar a função social envolvida na situação.

TRATAMENTO

A Psicoterapia costuma demonstrar que a pessoa com fobia social tende a colocar muita importância na opinião dos outros. É como se a pessoa estivesse “des-centrada”, como se o centro de sua mente estivesse no olhar do outro e ela dependesse deste olhar do outro para ficar bem ou se sentir péssima. Há muita energia psicológica projetada neste olhar imaginário de fora. É necessário trazer a pessoa de volta, para o seu centro interno.



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