quarta-feira, 4 de maio de 2016

Um terço dos casos de depressão em jovens adultos está ligado a bullying na adolescência, aponta estudo

Combater o bullying nas escolas pode ser uma forma de reduzir o número de casos de depressão, de acordo com especialistas

A depressão é um quadro que está cada vez mais aumentando em todo o mundo. E um novo estudo mostra que a doença pode estar relacionada a outro problema grave na adolescência: o bullying. A pesquisa, publicada nesta semana no The British Medical Journal (BMJ), foi conduzida na Universidade de Oxford e relacionou casos de depressão em jovens de 18 anos, com casos de bullying aos 13.


Para tanto, analisaram as informações sobre bullying e depressão de 3.898 jovens participantes de um banco de dado da Avon Longitudinal Study of Parents and Children. Nesses dados, os jovens responderam aos 13 anos questionários sobre bullying, e aos 18 responderam outras questões sobre depressão. Dos 638 adolescentes que reportaram serem vítimas frequentes de bullying, 14,8% apresentaram depressão aos 18 anos. E dos 1.446 adolescente que sofreram bullying entre uma a três vezes em três meses, 7,1% estavam com depressão aos 18. Enquanto apenas 5,5% dos adolescentes que nunca sofreram bullying tiveram depressão nessa mesma idade. 


Quando os especialistas levaram em conta fatores como bullying prévio na infância, problemas mentais e comportamentais, histórico familiar e eventos estressantes na vida, o padrão de relação entre o bullying e a depressão continuou forte. Além disso, a proporção foi a mesma entre garotos e garotas. 


No fim, os especialistas concluíram que 30% dos casos de depressão podem ser atribuídos a bullying na adolescência. Os especialistas inclusive acreditam que intervenções contra o bullying nas escolas poderiam interferir positivamente nos casos de depressão. 


Como identificar e combater o bullying nas escolas?
Segundo a ONG "Learn Without Fear" (Aprender Sem Medo), 350 milhões de crianças e jovens são vítimas de bullying anualmente em todo o mundo. O pediatra e um dos autores do livro "Diga não para o Bullying", Aramis Lopes Neto, aponta que atitudes violentas dentro da escola geram muita preocupação, pois interferem na formação do indivíduo e deixam sequelas, principalmente para as vítimas. 



O bullying não pode ser encarado como uma brincadeira ou provocação natural entre crianças e adolescentes e merece atenção para ser prevenido e combatido. Conheça agora esse fenômeno social, suas causas, consequências e quais são as medidas necessárias para diminuir a incidência desse tipo de comportamento:

Menina vítima de bullying - Foto: Getty Images

Tipos de bullying

Há várias formas de manifestar o bullying. A prática pode ocorrer da forma direta, quando a agressão é feita contra o seu alvo por meio de apelidos, exclusão do grupo, agressão moral ou física. O bullying pode ser também indireto, envolvendo furtos, fofocas e até mesmo, o cyberbullying, aquele que usa a internet, celular e outros meios do mundo digital para divulgar as ofensas - sites caluniando as vítimas, vídeos disseminados com situações embaraçosas e fofocas circulam pela rede numa velocidade impressionante. Segundo uma pesquisa recente feita pela Universidade de Valência, na Espanha, entre 25 % e 29 % dos adolescentes sofrem bullying via telefone celular ou internet.


Além disso, as provocações podem começar presencialmente e evoluir para o ambiente virtual, como conta a professora do Ensino Fundamental da Rede Municipal do Rio de Janeiro, Cristiane Mesquita. "Uma aluna nossa recebia ameaças e xingamentos, que eram divulgados na porta do banheiro da escola. Depois, isso se repetiu numa rede social na internet. A mãe, completamente assustada, foi à escola e nós a orientamos a procurar a justiça. A direção convocou o responsável pela agressora, que pediu desculpas à garota. Só então a mãe desistiu de denunciar", relembra.


Em geral, o modo de manifestar o bullying varia entre os meninos e as meninas. Entre eles, ocorrem mais agressões físicas e exclusões do grupo, na hora de jogar bola ou no recreio, por exemplo. Enquanto entre elas, a prática envolve fofocas, difamações e dominação, sem no entanto, excluí-las do grupo.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/18628-um-terco-dos-casos-de-depressao-em-jovens-adultos-esta-ligado-a-bullying-na-adolescencia-aponta-estudo/#carousel-galeria

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